Hoje estamos dando sequência à nossa viagem pelo mundo da música no cinema.
Depois de termos falado sobre documentários que retratam o rock nos anos 50, 60 e 70, agora chegou a vez dos anos 80.
Punk, hardcore, new wave, heavy metal e mais fizeram parte da década que foi registrada em grandes trabalhos audiovisuais.
Você pode ver a nossa lista logo abaixo e se divertir.
AMERICAN HARDCORE
“American Hardcore” é um documentário de 2006, dirigido por Paul Rachman e roteirizado por Steven Blush. Baseado no livro “American Hardcore: A Tribal History” (Hardcore Americano: Uma História Tribal), também escrito por Blush, o longa traz o pioneirismo da cena hardcore/punk com bandas como Bad Brains, Black Flag, D.O.A., Minor Threat, The Minutemen, SS Decontrol, entre outros.
No filme, o espectador acompanha a evolução da cena, concentrada no período que compreende os anos de 1980 a 1986. Contém cenas inéditas de shows e bastidores, entrevistas com integrantes de bandas como Phil Anselmo (Pantera), Greg Ginn (Black Flag), Brett Gurewitz (Bad Religion), entre outros.
É possível assistir ao filme completo e legendado no Youtube:
OS ANOS DO HEAVY METAL – O DECLÍNIO DA SOCIEDADE OCIDENTAL
“Os Anos do Heavy Metal – O Declínio da Sociedade Ocidental” é um documentário dirigido pela Penelope Spheeris e traz um panorama da cena heavy metal de Los Angeles entre os anos de 1986 e 1988. O longa conta com imagens de shows e entrevistas com bandas aclamadas da época do chamado “hair metal” como Aerosmith, Kiss, Alice Cooper, e nomes do heavy metal como Motörhead, Ozzy Osbourne, Megadeth, W.A.S.P e mais algumas bandas.
Como disse o vocalista do Motörhead, Lemmy Kilmister: “Esse filme destruiu muitas carreiras. Ele fez todo mundo parecer idiota”. Isso por que os entrevistados aparecem sempre malucos e fazendo coisas um tanto idiotas, e quanto a isso a diretora não tem culpa. Em certo momento, o rei das trevas Ozzy Osbourne aparece fazendo café da manhã em sua cozinha e está tão chapado que consegue derramar metade de uma jarra de suco de laranja fora do copo. O filme é um registro histórico do metal e do hard rock e deve ser visto pelos fãs de rock no geral.
BOTINADA – A ORIGEM DO PUNK NO BRASIL
Produzido e dirigido por Gastão Moreira, “Botinada – A Origem do Punk no Brasil” narra a história do movimento no Brasil, que acabou se refletindo na década de 1980, alguns anos depois do estouro na Inglaterra e Estados Unidos.
Lançado em 2006, o filme teve quatro anos de pesquisa, com 77 entrevistas, 200 horas de vídeo e muitas imagens raras e inéditas compiladas pela primeira vez. O documentário teve como base os filmes “Punks”, “Garoto do Subúrbio” e “Rota ABC”. Há imagens raras da banda Cólera tocando ao vivo na TV Tupi em 1980, vídeos que nunca haviam ido ao ar; dos Inocentes no Gallery; e entrevistas com punks de todo o pais, além de jornalistas, cineastas e bandas.
A narrativa mostra desde o que ficou definido como punk no Brasil, até como chegavam as informações de bandas gringas no Brasil. O público tem uma visão panorâmica da cena, principalmente a paulista, que envolve violência, brigas de gangues, shows extremamente independentes, e como as bandas lidavam com a censura na Ditadura Militar.
O filme também pode ser visto no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=90BSNl13dOQ
EVERYONE STARES – THE POLICE INSIDE OUT
“Everyone Stares: The Police Inside Out” é um documentário filmado pelo próprio Stewart Copeland, o baterista do The Police, com uma câmera Super 8 que ele havia comprado na época. Lançado em 2006, o filme traz material que vai de 1978 até 1986, uma das melhores épocas para a banda.
A primeira parte do vídeo conta com imagens antes de Copeland comprar a câmera, incluindo a era com Henry Padovani e a chegada de Andy Summers. O filme segue a banda enquanto eles vão tentando fazer sucesso nos Estados Unidos, acompanhados pelo gerente de turnê da banda, Kim Turner, amigo de infância de Copeland. É marcado pela busca do estrelato, seus primeiros anos de glória, a distância cada vez mais evidente de Sting, seu vocalista, até o primeiro hiato da banda.
TITÃS – A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA
Uma das maiores bandas brasileiras nos anos 1980 (e até hoje), os Titãs ganharam um documentário oficial em 2009, comemorando os 25 anos de carreira, com direção do vocalista e baixista da banda Branco Mello e do cineasta Oscar Rodrigues Alves. O longa foi elaborado com fitas gravadas por Branco Mello desde o início do grupo.
Com sua câmera, Branco registrou shows, bastidores, momentos de descontração em aeroportos e hotéis e vários outros instantes marcantes com a banda. Os vídeos foram gravados em formatos como VHS, Hi-8, Super 8 e mini DV. Apesar de fazer um retrato geral da carreira da banda, o disco traz boas referências dos anos 1980, quando a banda estava em seu auge com o disco Cabeça Dinossauro (1986).
O filme pode ser visto no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=nlcjLWxHvwo
THE CLASH – WESTWAY TO THE WORLD
Lançado no ano 2000 sob a direção do cineasta britânico Don Letts, “The Clash – Westway to the World” combina imagens pessoais da banda filmadas em 1982, quando o grupo foi à Nova York, nos Estados Unidos, já para a realização desse filme através de entrevistas conduzidas por Mal Peachey. Há conversas com Mick Jones, Paul Simonon, Topper Headon, e Joe Strummer, além de outras pessoas associadas ao grupo (incluindo o baterista fundador Terry Chimes).
O filme traz uma visão panorâmica da banda, certa decadência da era punk rock, e sugere que o Clash se separou em 1983, quando Mick Jones deixou a banda, sem fazer qualquer menção ao grupo pós Jones, que foi até 1986.
HEAVY METAL PARKING LOT
Quer analisar o comportamento de um fã de heavy metal na década de 80? Mais especificamente no ano de 1986? Assistir ao documentário “Heavy Metal Parking Lot”, dirigido por Jeff Krulik e John Heyn, é preciso. O filme foi lançado nesse mesmo ano e tem uma ideia simples. Os diretores colocaram uma câmera no estacionamento de um ginásio onde iam tocar o Judas Priest e o Dokken. A partir daí, os micos dos headbangers foram muitos.
O resultado do filme já é considerado um clássico do cinema caseiro e é um item obrigatório em qualquer ônibus de turnês, inclusive, era um dos filmes preferidos do Nirvana. Vale a pena assistir e dar umas boas risadas.
A FESTA NUNCA TERMINA
Um apanhado da cena musical de Manchester e Londres do final dos anos 1970 até o final dos anos 1980. Em “A Festa Nunca Termina” é um filme de Michael Winterbottom e, apesar de não ser exatamente um documentário clássico, tem o roteiro construído em cima de fatos reais que foram dramatizados pela falta de material documentado. O longa traz o final da era punk, marcado pelo suicídio de Ian Curtis, o vocalista do Joy Division, até a era new wave e disco rock dos anos 80.
O filme é narrado e protagonizado por Tony Wilson (interpretado pelo comediante Steve Coogan). Na trama, um repórter da TV Granada, decide, após o show dos Sex Pistols em Manchester no ano de 1976, organizar a noite da Factory, festas que ocorriam no Russel Club às sextas para bandas independentes, onde aparecem os nomes Joy Division, A Certain Ratio, Vini Reilly e Durutti Column.
Com o sucesso da festa, o repórter funda uma gravadora com Alan Erasmus, também chamada Factory, e escala o maluco Martin Hannett para produzir os discos do selo. O filme ainda desenrola a cena dance de Manchester, mostrando a abertura do clube Haçienda e a história dos Happy Mondays, principal concorrente do New Order.
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