05 – Scalene
Éter
Na estrada há alguns bons anos a banda brasiliense Scalene tem sido, desde o lançamento do disco Real/Surreal (2013), um dos nomes mais importantes do novo rock brasileiro. Em 2015 veio a visibilidade na TV, um acordo com uma grande gravadora e, no meio do turbilhão, um disco novo chamado Éter que consolida a grande fase que a banda vive.
Carregado dos traços que sempre acompanharam a banda como a sua capacidade de mesclar momentos pesados com trechos suaves, o álbum ainda segue em frente ao flertar com novos elementos como o grunge e o indie rock.
Link: Scalene
04 – Emicida
Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
Ele não veio para brincadeira. Em seu segundo disco de estúdio, Emicida conta a história que viveu na pele durante uma viagem à África e fala de preconceito, racismo e indiferença misturando rap, hip hop, pop e música negra. Sem perder a doçura, o rapper também inclui pedaços de sua história, fala de oportunidades que mudam histórias e conta os causos da vila em que nasceu, continuando o bom caminho trilhado por O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui (2013).
Link: Emicida
03 – Boogarins
Manual
Primeiro disco construído após o sucesso de As Plantas Que Curam, Manual tinha tudo pra ser uma decepção. A expectativa era enorme, e muitos torciam pela transformação do mito do Boogarins em “banda de um disco só”. Não foi o que aconteceu.
Manual é um disco potente, estruturado em cima dos improvisos psicodélicos que conhecíamos, mas com espaço para o desenho de boas canções como “Tempo” e “Benzin”, versão de música gravada pelos conterrâneos do Carne Doce anteriormente.
Link: Boogarins
02 – Ventre
Ventre
Há tempos o rock carioca não revelava um grupo intenso como o Ventre. No disco de estreia do trio há espaço para a fúria, para o lamento e para a inovação sem apelar para as mesmices estéticas reproduzidas incessantemente pelo rock nacional. É duro e poético na medida certa, amarrado por excelentes momentos instrumentais. Uma ótima surpresa e um sopro de esperança de bons tempos a vir por aí.
Link: Ventre
01 – Elza Soares
A Mulher do Fim do Mundo
Considerar A Mulher do Fim do Mundo o disco do ano é uma escolha tão óbvia que chega a ser questionável. O fato é que não houve um álbum que representasse tão bem o estardalhaço social, político e cultural do Brasil em 2015.
Lançado em 2013 ou 2014, A Mulher… ainda seria impactante, não há dúvidas; mas ao despertar em um ano de caos e contravenção, Elza Soares trouxe presença e significado aos arranjos orquestrados pelo núcleo criativo do Passo Torto, coordenado por Guilherme Kastrup. Aos 78, Elza canta com uma ferocidade nunca antes ouvida, e com uma entrega sem igual na música brasileira.
E por ser justamente um álbum desafiador, cheio de energia e que estraçalha qualquer barreira de gênero musical, que A Mulher do Fim do Mundo é o melhor disco nacional de 2015.
Link: Elza Soares