Resenha: Jason Isbell - Something More Than Free

Jason Isbell, ícone do alt country, lançou grande disco em 2015. Leia nossa crítica a respeito de "Something More Than Free".

Jason Isbell - Something More Than Free

Pra quem ainda não conhece, Jason Isbell é o típico músico do sul dos Estados Unidos. Nascido no Alabama, começou a tocar ainda criança e logo na adolescência foi trabalhar no lendário Fame Studios, na região de Muscle Shoals, por onde gravaram Aretha Franklin e Rolling Stones, só pra citar alguns. Foi lá que Isbell conheceu e acabou se juntando ao Drive-by Truckers, banda pioneira do movimento ‘’country alternativo’’ americano. Isbell ficou com a banda por alguns anos e três (bons) discos. De herança, levou o reconhecimento como cantor/compositor e o vício em álcool, entre outras coisas.

Decidido a recomeçar, o músico se mudou para Nashville e começou uma parceria com David Cobb, produtor responsável pelas coisas mais legais que têm saído da capital musical americana nos últimos anos. Sua reabilitação pessoal e musical começou com o ótimo Southeastern (2013), um disco bastante introspectivo, com tons mais escuros e que representa bem o momento pelo qual Jason Isbell passava. O amanhecer depois da escuridão chegou em 2015, e chegou fazendo muito barulho lá fora. Something More Than Free estreou em primeiro lugar nas paradas de Folk, Country e Rock da Billboard.

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A beleza do disco e da música do artista como um todo é a simplicidade. Sua intenção passa longe de reinventar a roda ou revolucionar um estilo. A real de Isbell é contar sua história através de melodias simples e fazer um disco que, mesmo tendo o rótulo de country/folk, tem um apelo popular forte.

O disco tem um tom bastante otimista, mesmo tocando em assuntos delicados da vida de Isbell.
Em “If Takes a Lifetime”, ele abre o disco comemorando sua sobriedade em cima de uma batida bem radiofônica, sem perder o DNA de Nashville –  ‘’Eu continuo vindo aqui, decidido a melhorar…’’, ele canta. ‘’24 Frames’’ é o primeiro single e talvez a faixa mais acessível do disco, onde ele mantém o clima de redenção e a importância de ‘’aproveitar cada segundo’’. Os momentos mais introspectivos ficam por conta de ‘’Flagship’’ e ‘’Children of Children’’, onde Isbell escreve sobre como foi ser criado por pais adolescentes.

A faixa-título é um clássico do estilo ‘’americana’’ que poderia ter sido gravado por qualquer ícone do estilo, de Willie Nelson a Bob Dylan. ‘’Speed Trap Town’’, idem.

O álbum alterna entre a alegria de viver e a dúvida (e medo) do que virá amanhã. Tem a ver com aceitação e ter que lidar diariamente com os problemas que todo tem na vida. A mesma relação que Isbell mantém com o vício.

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