Música

Temperança: ouça a coletânea com nomes da música nacional contra o ódio

Em um tempo de tanto rancor e preconceito contra tudo o que é diferente, Temperança fala da necessidade de compreensão e aceitação. Um grande disco para começar o ano!

Temperança

Em um tempo de tantas ideias fixas, convicções políticas, sexuais e religiosas em diversos conflitos e os discursos de ódio para tudo aquilo que é diferente de você, a coletânea Temperança, que teve lançamento exclusivo do Scream & Yell, faz a gente começar o ano com alguma esperança.

A compreensão é a mensagem chave das 13 faixas do trabalho. Todas as canções de Temperança trazem a reflexão de que as diferenças entre as pessoas não devem ser motivos para desejar-lhes o mal. Afinal de contas, se todo mundo fosse igual ou pensasse exatamente como você, a gente viveria num mundo muito chato, não é mesmo?

O disco fala do respeito às diferenças, à vida, às opiniões alheias e é ideia do cantor e compositor Dary Jr., da banda Dario Julio & Os Franciscanos, que explica o conceito também no Scream & Yell: ​ ​

O confronto de ideias​ ​chegou a tal ponto que o simples ato de pensar ou ser diferente está cada vez mais perigoso. Resultado: ​racismo, misoginia e homofobia, por exemplo, foram, em grande medida, banalizados e tornaram-se crimes do cotidiano.​ O​ ​recrudescimento​ ​do espírito fascista​, fruto dessa negação do outro, ​decorre ou se aproveita​ d​o açodamento dos ânimos​. De tanto pensar nisso, há algum tempo, em meados de 2015, pensei em fazer um álbum temático sobre a urgência de mais tolerância. Quando estava com 1/3 das composições prontas, ponderei que certamente haveria outros com percepção semelhante. Foi aí que abandonei o projeto individual e consultei meus amigos sobre uma tarefa coletiva: lançar uma coletânea com canções contra o ódio e em defesa da coexistência pacífica. Todos toparam. As visões de mundo são parecidas, mas não homogêneas. Isso fica evidente nas observações que os 13 cantautores reunidos aqui fazem sobre pessoas, governos, empresas e meios de comunicação. O recado, porém, é um só: calma, gente, que o outro existe, sim. Portanto, também precisa ser ouvido e respeitado, assim como estas canções. Afinal, como bem canta Camila Barbalho, não somos nós o outro de alguém? Receba o nosso manifesto de coração desarmado e cabeça aberta. Muitos podem até não querer, mas precisam ouvir isso. Como nunca.

O trabalho conta com a participação de músicos como Habacuque Lima (Ludov), André L. R. MendesMarcelo PerdidoLaranja Label, CroonerDee (Pelebrói Não Sei?) e Camila Barbalho, entre outros. Ouça abaixo: