Após uma série de homenagens a David Bowie, que nos deixou no último Domingo (10), chegou a vez de Chris Cornell (Soundgarden) escrever um emocionante tributo ao camaleão do rock para a revista Rolling Stone.
Em um texto onde relata o encontro que teve com Bowie em uma sessão de fotos, Cornell cita também a importância do músico para o mundo musical e revela o quão feliz estava por vê-lo continuar fazendo música boa mesmo estando doente. Confira alguns trechos abaixo:
David Bowie foi uma inspiração. Como compositor, ele teve essa vitalidade intensa durante toda a sua carreira. Fez o envelhecimento enquanto artista em atividade parecer totalmente possível de uma forma vital. Lembro-me de ver o álbum Ziggy Stardust por toda parte quando eu era criança. As pessoas costumavam pendurar o vinil em suas salas de estar, como parte da decoração. […] Ouvir esse disco era um pouco como ir para a faculdade, como ouvir os Beatles. A composição é incrível. […]
Mais tarde, em minha vida, eu fiz parte de uma edição musical da revista Vanity Fair, onde havia um monte de grandes nomes lá para uma sessão de fotos. Ele era um deles. Essa foi a primeira vez que eu o conheci. […] Ele era um cara incrível, super inclusivo e amoroso. Eu fico desconfortável na maioria das situações, mas ele fazia todo mundo ficar confortável. Ele era uma luz brilhante. Nossa conversa foi tipo, “Como você está ?” e “Isso não é divertido? Não é emocionante estar na mesma sala com Stevie Wonder e Joni Mitchell ao mesmo tempo?” Foram apenas conversas normais. É como se ele soubesse que eu estava desconfortável e fez de tudo para me deixar feliz. Foi um momento de compaixão vindo de um cara que não necessariamente tem que ser dessa maneira. Apesar das minhas preocupações, eu saí de lá ainda mais animado para ouvir sua música. […]
Eu preciso de pessoas como David Bowie, pessoas que estão sempre em movimento e não de uma forma frustrante ou desleixada. Isso me incentiva porque eu quero ser capaz de escrever música e criar álbuns até cair morto.
Durante o tributo, que você pode ler completo e em inglês clicando aqui, Chris Cornell também disse que a música “Lady Stardust” o faz lembrar de Andy Wood (Mother Love Bone), morto nos anos 90 após uma overdose, e por isso ele ainda a toca em shows solo, como você confere ao fim da matéria.
Músicas inéditas de Bowie podem ser lançadas
De acordo com um artigo do Los Angeles Times, cinco músicas foram gravadas durante as sessões do álbum Blackstar, e seriam lançadas no Natal de 2016 junto de uma edição deluxe do disco. Agora, com a morte de Bowie, é possível que as canções sejam lançadas antes do previsto. Leia mais clicando aqui.