Em 2004 o vocalista do Charlie Brown Jr., Chorão, se encontrou com integrantes da banda Los Hermanos no aeroporto de Fortaleza quando os dois grupos embarcavam em um voo para Teresina para se apresentar no Piauí Pop Festival, e as coisas fugiram do controle.
A história conta que Chorão estava nervoso com Marcelo Camelo, vocalista e guitarrista do Los Hermanos, porque ele tinha falado sobre como a banda rejeitava “vender atitude”, comentando a respeito de propagandas de refrigerante como a que o Charlie Brown Jr. havia feito para a Coca-Cola.
Camelo teria tentado conversar com Chorão e acabou levando uma cabeçada no nariz e um soco no olho. Rodrigo Amarante partiu pra cima de Chorão e a confusão acabou na Polícia, mas sem nenhuma queixa registrada oficialmente naquele momento.
Ainda segundo a assessoria do Los Hermanos na época, Marcelo Camelo havia ligado para Chorão para dizer que na entrevista ele não havia citado o nome do Charlie Brown Jr., e que quem o fez foi o repórter.
Pois bem, no Programa Ensaio, exibido pela TV Cultura em 2009, o Charlie Brown Jr. se apresentou e contou com seu vocalista dando depoimentos sobre vários aspectos da carreira da banda, inclusive o incidente com Marcelo Camelo.
Lá, ele falou durante um bom tempo sobre como se sentia perseguido pessoalmente por Camelo, que isso vinha lhe irritando e que, quando a confusão aconteceu, foram os integrantes do Los Hermanos que partiram pra cima dele, que teria apenas se defendido.
Ele ainda termina a história falando que não tinha nada contra Marcelo Camelo e indo além, ironicamente: “Camelo, eu te amo. Sem você o Brasil não seria o mesmo.”
O depoimento se encerra com um beijo e a banda começa a tocar “Papo Reto” com direito à introdução onde Chorão canta “Otário, eu vou te avisar: intelecto de cu é rola.”
Você pode assistir logo abaixo.
Chorão e Marcelo Camelo
Alexandre Magno, o Chorão, morreu em 2013 após uma overdose de cocaína, e de acordo com matéria do R7, há processos na justiça até hoje relativos ao incidente com Camelo:
Os ânimos se exaltaram e Chorão deu uma cabeçada e um soco em Marcelo Camelo, que entrou com processos contra o roqueiro nos tribunais de justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Na capital carioca, a banda Los Hermanos pediu indenização por danos morais e materiais. Já em terras paulistanas, o grupo exigiu mais R$ 43 mil para compensar os cachês de shows e eventos que foram cancelados após a agressão.
No Rio de Janeiro, Marcelo Camelo teve a primeira vitória e Chorão foi condenado a pagar R$ 10 mil de indenização, mais R$ 7.560,76 para custear os gastos com o hospital. No entanto, o juiz julgou o caso como “culpa concorrente”, ou seja, as duas partes tiveram culpa na briga.
Na sequência, Chorão entrou com um recurso, do qual saiu vencedor: diminuiu o valor da indenização para R$ 2,5 mil e também os custos materiais pela metade. Em 2008, o vocalista do Charlie Brown Jr. pagou cerca de R$ 6 mil devidos a Marcelo Camelo.
Na época, a assessoria de imprensa do Los Hermanos disponibilizou a seguinte carta para falar sobre o caso:
Ontem na sala de desembarque do aeroporto de Fortaleza, Alexandre (Chorão), vocalista da banda Charlie Brown Junior agrediu covardemente Marcelo de Sousa Camelo, vocalista da banda Los Hermanos. Ainda no avião Alexandre ofendeu e ameaçou os integrantes do Los Hermanos alegando que Marcelo havia falado mal dele numa entrevista concedida à revista Oi do mês passado. Durante as duas abordagens (antes da decolagem e depois da aterrissagem) Marcelo e Rodrigo tentavam tranquilizar Chorão que parecia cada vez mais agressivo e transtornado. Já no aeroporto Marcelo foi conversar com ele na tentativa de dissuadi-lo de cumprir as tais ameaças quando Alexandre o agrediu com uma cabeçada e um soco no rosto.
Alexandre foi então atingido no rosto por Rodrigo Amarante, também vocalista do LH, que tentava pará-lo e proteger Marcelo. Rodrigo pediu para que ele parasse e visse o que tinha feito em Marcelo que sangrava muito, mas foi perseguido por Alexandre até que esse desistisse. Marcelo e Alexandre foram levados à Policia Federal para esclarecimentos. Nenhuma queixa foi feita na ocasião em função dos compromissos a serem cumpridos em Teresina naquela noite, uma vez que o único voo disponível do dia sairia em vinte minutos.
Repúdio parece ser a palavra que melhor descreve nosso sentimento diante dessa barbaridade.
Agora cumprimos nossa agenda previamente marcada e as medidas cabíveis serão tomadas no seu devido tempo.