Resenha: Ship Thieves - No Anchor

Grupo com integrantes de Hot Water Music e Samiam repetem fórmulas antigas e dão sinais de falta de criatividade. Leia resenha do Ship Thieves.

Ship Thieves - No Anchor

Chris Wollard é um cara muito talentoso. Ao lado de Chuck Ragan ele transformou o Hot Water Music em uma das bandas mais influentes do punk rock nos anos 90 e 2000, com discos reverenciados que carregam as marcas de suas guitarras e seus vocais rasgados.

Além da banda, que frequentemente dá um tempo para atividades paralelas de seus integrantes, Chris já se aventurou por outros projetos como The Draft e Rumbleseat, sendo que o primeiro trazia uma sonoridade parecida com o Hot Water e o segundo era um projeto folk/country com Chuck Ragan.

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Outro desses projetos atendia pelo nome de Chris Wollard & The Ship Thieves, com quem ele mantinha uma espécie de “carreira solo”, mas agora transformou a banda em um grupo oficial sem o seu nome em destaque e apenas o reconhecimento como Ship Thieves.

O primeiro disco da banda com a nova identificação é No Anchor, lançado hoje (29) pela No Idea Records e o álbum traz músicos de outros nomes influentes do punk rock e post-hardcore como Samiam.

Com essa aura de influência e supergrupo, é de se esperar que a antecipação pelo álbum seja imensa, o que se desfaz com as primeiras audições do álbum.

Chris ainda continua com um vocal infalível, suas guitarras estão afiadas e há boas canções no disco como a faixa título, “Born Into This”, e “Rotations”. O problema é que elas soam exatamente como o Hot Water Music. Mesmo.

Todos os elementos que marcaram a carreira da banda e que aparecem no seu último disco, Exister (2012) estão ali. As camadas de guitarras, os dedilhados, as oitavadas, as canções que começam com baixo e bateria antes de uma entrada de peso. Todos os moldes, manhas e receitas já utilizados na extensa carreira de Wollard com a sua banda principal servem como pano de fundo para sua voz que, apesar de grandiosa, também é marca registrada no HWM.

Ao final das 10 faixas e meia hora de música, o sentimento é de que não há nenhuma novidade e isso é frustrante. Mesmo quatro anos depois do último álbum com o grupo, tudo soa igual em um projeto que deveria ter um ar de novidade.

A qualidade está ali, Chris Wollard ainda sabe como fazer o que faz e a banda que o acompanha é competente. Uma pena que a criatividade acabou já tem um bom tempo.

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