Resenha: Black Tusk - Pillars Of Ash

Após perda do baixista Jonathan Athon, Black Tusk lança um grande disco de estúdio que conta com gravações do músico.

Black Tusk - Pillars Of Ash

No dia 9 de Novembro de 2014, Jonathan Athon, baixista, vocalista e membro fundador do Black Tusk morreu em decorrência de um acidente de moto. A morte de Athon, que já havia registrado boa parte dos vocais de Pillars of Ash, deu outra dimensão ao álbum. O peso da música do Black Tusk, quem vem somado à urgência do hardcore com um sotaque clássico do sul dos Estados Unidos soma-se aqui um timbre agridoce de estarmos ouvindo o último registro de um membro importante da banda e da comunidade do heavy/sludge metal americano.

Significados à parte, Pillars of Ash se mantém no caminho que a banda vem seguindo desde 2005, e sem tirar o pé do acelerador. De “God’s On Vacation” até “Leveling”, o trio mantém a rotação lá em cima, sem tempo para grandes reflexôes, numa porrada só.

Mesmo com um estilo cru, baseado no combo de velocidade + riffs, o disco trás algumas incursões da banda em estilos afluentes, como uma levada quase stoner em “Still Not Well” e o belo arranjo de piano que põe fim ao álbum, um flerte com o prog, o que não deve significar um direcionamento para um próximo trabalho, mas é legal saber que os caras podem dar uma colorida em um estilo que é basicamente preto e cinza.

Pillars of Ash já é um dos pontos altos da discografia do Black Tusk, que elevou o nível das composições sem fugir das raízes e mostrou que, desde 2011, quando saiu Set The Dial, último disco completo da banda, o trio amadureceu muito dentro do estúdio.

Jonathan Athon não está mais entre nós, mas se algo serve de consolo aos fãs da banda, ele deixou um testamento digno para quem valoriza o bom e velho heavy metal. Que descanse em paz.