Não é preciso dizer, mas vamos lá: Adam Levine é um show man, um cara que soube usar diversas artimanhas para fazer o que se espera de uma boa música pop. Feito este esclarecimento, é importante dizer que a turnê brasileira do Maroon 5 tem sido extremamente bem vista pelos fãs e que o show do Dashboard Confessional, banda de conterrâneos dos moços indicada para a abertura dos shows no Brasil, tem sido um fôlego a mais para a apresentação. Mas com tudo isso, o Maroon 5 em cima do palco ainda não tem o mesmo sabor para quem já viu outras turnês pop pelo país afora.
O show do Maroon 5 em São Paulo, assim como todos da turnê V no país até o momento, atraiu uma grande parcela de fãs da banda que gritava, chorava e pedia “Adam, faz um filho em mim” muito antes da banda entrar no palco. O hit “Animals”, para entrada da banda no show, gerou uma série sem fim de gritinhos de “lindo”, “maravilhoso”, e “aaaahhhhhh”, coisa que fez o Allianz Park por um momento parecer uma grande sala de gritos, mas é isso aí.
Deste ponto para frente, todas as 16 músicas do show são exatamente as mesmas que deram às fãs de outros estados brasileiros, até agora, seus grandes momentos. Não que não seja legal ouvir os grandes hits de uma banda que faz a cabeça de tanta gente desde 2001, e até cantar junto com “Wake Up Call” de 2007, “She Will Be Loved” de 2002, “Payphone” de 2012, e as mais recentes “Maps”, “Animals” e “Sugar”, que ocuparam lugares diferentes do set e agradaram. Mas não posso dizer que eu não esperava um pouco mais desse show do que ouvir uma playlist de maiores sucessos tocada ao vivo.
Protocolar em tudo, a simpatia de Adam Levine porém, deve ser destacada. Apesar de apresentar a banda, entrar e sair do palco, correr, tocar sua guitarra rosa e tirar a camisa quase que exatamente nos mesmos tempos dos outros shows (algumas fãs de Salvador reclamam que ele não tirou a camisa por lá), Adam parou um minuto para dizer que aquele show em particular era muito especial, pois seu aniversário seria à meia noite (no caso hoje, 18 de março), momento em que as fãs ensaiaram um parabéns fofo. Também houve o provavelmente não ensaiado momento, entre “This Love” e “Daylight” em que Adam se aproximou do microfone para dizer que os fãs brasileiros são melhores em tudo. Mas foi só.
Para o show de sábado, não faz sentido que a banda mude o setlist ou reveja seu formato de apresentação, sabendo que assim agrada a tantos e que a turnê brasileira fez tanto sucesso até então. O conselho é que é necessário rever as suas prioridades enquanto fã de música quando você escolhe um show para ir. Se é fã de Adam e sua trupe, se gosta de todos os hits de rádio e se quer tentar ver mais de perto os gominhos da barriga do vocalista, o esforço é válido. Se a sua resposta para alguma das três perguntas acima for “não”, você pode pensar em salvar seu dinheirinho para um show um pouco mais surpreendente.
Protestos
No intervalo entre o show do Dashboard Confessional, antes do Maroon 5 entrar no palco e na pausa antes do BIS que a banda fez, já perto do fim do show, era possível ouvir protestos dos presentes no estádio em todos os cantos da Arena Palestra, das arquibancadas à Pista VIP. Os gritos de “Fora Lula”, “Fora Dilma”, “Hey, Dilma! Vai tomar no cu!” e “Hey, Lula! Vai tomar no cu!” eram acompanhados bandeiras do Brasil (havia várias espalhadas pelo estádio, não apenas para jogar para os músicos) e de celulares em riste, registrando o momento. Setlist – Maroon 5 em São Paulo (17/03) Animals One More Night Stereo Hearts Harder to Breathe Lucky Strike Wake Up Call Love Somebody Maps This Love Sunday Morning Payphone Daylight (Bis) Lost Stars She Will Be Loved Moves Like Jagger Sugar
#Maroon5 ontem em São Paulo. #AdamLevine Um vídeo publicado por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em