Iron Maiden transforma Arena Castelão em caldeirão com mais de 25 mil pessoas em Fortaleza

Por Patricio Lima

Fotos por Rafael Allan

Em noite de lua cheia e muito calor a banda inglesa Iron Maiden conseguiu reunir mais de 25 mil adoradores em seu primeiro show na capital cearense e única apresentação no nordeste, com a turnê do seu novo disco The Books Of Souls, na última quinta-feira (24), na Arena Castelão.

A festa começou cedo com apresentação da banda The Raven Age, que tem como destaque o filho do baixista do Iron Maiden, Steve Harris, vocalista da banda. Apesar do setlist enxuto, a banda conseguiu fazer bem o esquenta para as demais apresentações da noite.

Logo em seguida foi a vez dos veteranos do Anthrax, que mostrou em um show também reduzido, um setlist matador e muito carisma. O destaque ficou por conta da ótima performance do vocalista Joey Beladonna, que levantou o público com clássicos da banda como “Evil Twin” e “Breathing Lightning”, além de músicas do 11º álbum e mais recente trabalho For All Kings. A sensação que ficou é que os fãs mereciam um novo show da banda com setlist completo e mais tempo para apreciar o impecável thrash metal dos caras.

Era chegada a hora principal. O clima desde cedo, com abertura dos portões às 17h, já ditava o que estaria por vir. Camisetas pretas, jaquetas de couro, bandanas e máscaras ditavam o tom de um verdadeiro espetáculo de metal. Era visível a emoção e ansiedade dos fãs para ver de perto um show que parecia impossível há alguns anos, mas se tornou realidade graças a várias campanhas e grupos que surgiram ainda no Orkut e hoje no Facebook (mais de 35 mil inscritos), que pediam o show da banda inglesa em Fortaleza.

Às 21h25 os telões se acendem e reproduzem uma animação onde o Ed Force é lançado por uma mão escabrosa em meio a um matagal que mais lembra as matas fechadas da Amazônia. As luzes se apagam e Bruce Dickinson surge com “If eternity should fail”, seguida de “Speed of Light”, ambas do novo disco da banda The Book of Souls. Foi o suficiente para deixar os fãs em êxtase. E sem muito tempo para respirar, a banda voltou no tempo com “Children of the damned” do clássico disco The Number of the Beast (1982).

Uma pequena pausa para agradecer o público e entoar o famoso “Scream for me, Fortaleza!”, o líder do Iron Maiden apresentava a música “Tears Of A Clown”, que em recentes entrevistas, revelou que é uma homenagem ao ator Robin Williams, que se suicidou aos 63 anos em agosto do ano passado. Logo depois foi a vez de mais uma faixa do novo disco com “The red and the black”.

Daí em diante foi um festival de hits um atrás do outro, começando com “The Trooper”, passando por “Powerslave” e “Hallowed be thy name”, entre elas, algumas do novo disco como “Death or glory” e a homônima “The book of souls”, momento que Bruce segurou a bandeira do Brasil e agradeceu mais uma vez o carinho e paixão dos fãs pela banda. Segundo ele, o país é como se fosse uma segunda casa, onde eles têm vontade de beber com amigos e a certeza de sempre se divertirem.

Depois dessa declaração, nada melhor que mais dois clássicos para colocar o público abaixo no Castelão com “Fear of The Dark” e “Iron Maiden”. Neste momento não foi difícil ver marmanjos com os olhos marejados de emoção de ver uma das maiores banda de metal do mundo em cima do palco.

Após uma pequena pausa, enquanto os fãs gritavam loucamente pelo nome da banda e o esperado bis, a banda inglesa voltou para o palco para parte final do show com “The Number of the beast”, antes de novamente agradecer pela presença de mais de 25 mil pessoas no show.

A essa altura não poderia deixar despercebido a vitalidade, simpatia e comprometimento da banda com mais de 40 anos de história, mesmo com várias formações, continuar a manter o alto nível em cima do palco. Os duelos “solísticos” entre Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers eram de deixar nós, reles mortais, boquiabertos. Sem esquecer também, da incrível presença e técnica do baixista Steve Harris e toda simpatia do baterista Nicko McBrain.

O show chegou ao fim com dois clássicos na forma de “Blood Brothers” e “Wasted Years”. Depois de quase duas horas de show a sensação que ficou entre os fãs é que “o show já acabou mesmo?”. Infelizmente tinha terminado, mas deixou o público com uma lembrança que jamais será esquecida e com suas paixões pela banda devidamente renovadas. E sim, eles continuam sendo a maior banda de metal do mundo e tendo provavelmente os fãs mais fieis que uma banda pode ter.