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Resenha: Lucas - SpacesTimes

Talentoso guitarrista Lucas faz um disco cheio de inspirações de Alice In Chains, Stone Temple Pilots e Screaming Tress.

Lucas - SpacesTimes


Eu sou guitarrista há muitos anos. No entanto, sempre fui meio contra o virtuosismo gratuito ou mesmo a música dedicada à demonstração de um músico. Esses foram basicamente o motivo de eu, mesmo como guitarrista, nunca ter gostado de álbuns de guitarristas. Eu sempre estudei música e não especificamente guitarra, porque pra mim, a guitarra é só um elemento do que realmente importa.

Me deparei com esse álbum do guitarrista Lucas Fagundes quando estava em busca de timbres de guitarra e eis que encontrei uma mudança de paradigma no quesito composição de música instrumental dedicada a um instrumento. A começar com os timbres cristalinos e invejáveis, o álbum transmite música que realmente é música, que faz você bater o pé acompanhando e balançar a cabeça no ritmo da bateria.

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Com a sonoridade bem localizada entre o início e meio dos anos noventa, as músicas partem de um hard rock mais sujo e flertam com o Grunge do Alice In Chains e Screaming Trees, passando por Skid Row e Stone Temple Pilots! Lucas transpira bom gosto em todos os quesitos.

A introdução acústica de “On & On” seguida de riffs contagiantes e extremamente simples já conquista qualquer fã do bom rock alternativo. A música possui pitadas de rock progressivo regada a solos melódicos e cheios de delays. Uma das melhores do disco com certeza.

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O maravilhoso riff de “Higher Being” faz qualquer um bater cabeça e fazer air guitar. Mais uma música contagiante. Essa segue com solos inspirados que passam longe do estilo “demonstração” e vão surpreendendo o ouvinte cada vez mais, como em uma viagem pra dentro do som.

A veia mais violenta de Lucas como guitarrista veloz aparece principalmente nas, totalmente Hard, “Shifting A” e “Shifting B”. A primeira, violenta e rápida seguida da segunda parte, uma mistura de hard rock e funk rock, uma simbiose que deu muito certo. Ambas extremamente curtas (não chegam a dois minutos cada parte) terminam nos deixando no caminho de volta para continuar a viagem.

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Boa parte desse álbum foi composta a partir de improvisos, o que evidencia a espontaneidade de suas músicas e deixa longe a ideia de guitarra desenhada em partituras, refinada para ser difícil e para arrancar elogios à técnica. Aqui fica evidenciado que o principal é fazer música de qualidade e é fácil se tornar um admirador desse guitarrista por essa postura.

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“Final track” parece ter saído da mente de Jerry Cantrell. Um dedilhado sujo e lindo, simples, repetido quase como um mantra de forma hipnótica. Em seguida vem a ultima música do disco (agora sim, de verdade). “Jam Track” parte de um riff simples, bem composto, e segue com guitarras que conversam entre si durante toda a faixa. Um slide aparece certa hora e deixa tudo mais grunge, mais visceral. Definitivamente uma ótima forma de fechar esse lindo disco que ainda apresenta uma apresentação gráfica maravilhosa (veja as fotos).

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