A banda sergipana Coutto Orchestra, vista fotos de Melissa Warwick, está finalizando a produção do seu segundo álbum, “VOGA” (Natura Musical). O processo de criação do disco foi bem diferente do habitual, com a banda passando 20 dias a bordo de um barco, nas comunidades ribeirinhas do rio São Francisco.
Eles navegaram para captar sons, imagens e histórias que farão parte do processo deste novo trabalho. Badalos de bode, canto de lavadeiras, rezadeiras, aboios de vaqueiro, bordados, todas as formas da cultura ribeirinha serão matéria-prima para as composições do disco, concepção dos figurinos, criação gráfica e fotos de divulgação.
Uma das canções, “Ilha das Flores”, uma parceria de Alisson Cuotto com Felipe Barro (Bande Desinée), foi inspirada na comunidade quilombola Bong na ilha que dá nome a canção. É um lugar muito pobre, sem qualquer atenção das políticas públicas, um dos versos da música diz: “E me leva pra Ilha das Flores, das flores que o mundo não vai regar…”
“Voga” é o movimento ritmado das remadas das embarcações, mas também, “moda nova” ou “aquilo que está em evidência” e isto dialoga diretamente com a proposta deste novo disco: apresentar por meio de suas canções um Nordeste contemporâneo, que se aproxima do mundo marcando presença nesta aldeia global por meio da música.
A Coutto Orchestra é formada por Alisson Coutto (trombone, controladoras e vocais), Vinícius Bigjohn (sanfona e percussão), Rafael Ramos (baixo e piano), Fabinho Espinhaço (bateria).
Para a galera de São Paulo, nesse domingo eles tocam na Virada Cultural Paulista. Vai ser às 12h na Praça do Patriarca, na Sé.