Tom Morello fala sobre música e política: "Justin Bieber é pão e circo dos nossos tempos"

Em entrevista para o Rock And Roll Hall Of Fame, guitarrista Tom Morello diz que toda música é política e você está contra o sistema ou ao lado dele. Leia.

Tendo sempre feito por merecer o seu nome, o Rage Against the Machine foi uma das mais influentes bandas “politizadas” da história, tendo a habilidade única de transformar em hits radiofônicos temas como repressão, manipulação e o Movimento Zapatista.

Em recente entrevista para o Rock and Roll of Fame divulgada na Rolling Stone, o guitarrista Tom Morello conversou sobre a natureza política das músicas atuais.

Segundo sua filosofia:

100% das músicas são políticas. A música ou apoia o status quo ou desafia o status quo. Então, todo artista é político.

“Agora, Justin Bieber e Selena Gomez provavelmente não são notados como artistas políticos, mas a música deles – enquanto é bem divertida e amada por sua base de fãs – é o pão e o circo dos nosso tempos,” ele acrescenta.

Se você não está questionando a autoridade, você está silenciosamente se submetendo à autoridade. Não que eu não tenha uma longa lista de músicas dançantes no meu iPod, e certamente há um lugar para isso, mas eu também sou bem consciente do fato que, em meu próprio trabalho, o que eu faço e o que eu digo importa bastante.

Morello está entre os artistas que contribuíram com suas entrevistas sobre a conexão crucial existente entre música e política para a exposição Louder Than Words: Rock, Power and Politics, desenvolvida pela mesma equipe do Rock and Roll Hall of Fame, prestes a estrear em Cleveland, nos Estados Unidos.

David Byrne, ex Talking Heads, Lars Ulrich do Metallica, Dee Snider do Twisted Sister, Gloria Estefan, Jimmy Carter, Greg Allman e Bono, do U2, também participam.

A exposição terá também uma exibição de itens icônicos como a guitarra Fender Stratocaster de Jimi Hendrix usada na apresentação de Woodstock, assim como os rascunhos originais de grandes hinos da música como “The Times They Are A-Changing”, de Bob Dylan e “Born in the Usa”, de Bruce Springsteen, e até artefatos relacionados à queda do Muro de Berlin.

“Você é um agente histórico e, se não mantiver as mãos no volante, outra pessoa fará isso,” aconselha Morello a seus colegas na exposição.

E por falar em Morello e no Rage, vale lembrar que foi anunciada recentemente a criação de um novo supergrupo formado por três membros da banda: Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, junto aos rappers Chuck D (Public Enemy) e B-Real (Cypress Hill). Eles já têm datas marcadas para apresentações, veja aqui.