Não é novidade que a indústria fonográfica vem negociando com os grandes players digitais sobre questões como remuneração e direitos autorais, mas dessa vez alguns dos maiores artistas do mundo entraram na discussão.
Um anúncio assinado pela Universal Music, Sony Music e Warner Music, além de mais de 180 artistas como Taylor Swift, U2 e Paul McCartney, foi divulgado em publicações especializadas em política de Washington, nos Estados Unidos. O objetivo é chamar atenção do Congresso americano sobre a Digital Millennium Copyright Act (DMCA), a lei de 1998 que rege os direitos autorais dos conteúdos online.
Na prática, a lei impede que serviços como o YouTube, que pertence ao Google, sejam alvo de processos judiciais relativos a direitos autorais, desde que disponibilizem uma ferramenta de remoção de conteúdo. E é justamente contra a plataforma que as gravadoras e os artistas estão protestando: eles alegam que o valor que o serviço paga por música é baixo e que os artistas não têm controle sobre o uso das próprias músicas no site.
Além do ContentID, ferramenta do Youtube que detecta automaticamente músicas utilizadas nos vídeos e repassa a remuneração ao autor/editora, o próprio Google lançou no fim de 2015 o YouTube Red, um serviço de assinatura de vídeos que tem como um dos objetivos melhorar a remuneração dos criadores.
Mas parece que nem essas iniciativas são suficientes para acalmar os ânimos das gravadoras. Ao mesmo tempo que o site alega já ter pago mais de 3 bilhões de dólares para o mercado da música, a Recording Industry Association of America (RIAA) afirma que em 2015 a venda de discos em vinil gerou mais dinheiro do que os streamings baseados em publicidade, vindo de serviços como o YouTube e o Spotify (versão gratuita).
O timing da ação das gravadoras não é por acaso: os contratos que eles têm com o YouTube estão prestes a expirar. A grande questão é saber até que ponto vale a pena prejudicar artistas novos das gravadoras, que utilizam a plataforma como ferramenta essencial de divulgação, em prol de uma questão que parece incomodar aqueles que estão em uma posição mais favorável.
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