20 anos de "Roots", do Sepultura, e o legado dos irmãos Cavalera

Os irmãos Cavalera comemoram os 20 anos do disco mais marcante do Sepultura, "Roots", tocando-o na íntegra no Amnesia Rockfest, no Canadá.

Após mais de 10 anos separados por desavenças históricas da época do Sepultura, os irmãos Max e Igor Cavalera deixaram as desavenças para trás já há um bom tempo e estão juntos novamente no pesadíssimo projeto Cavalera Conspiracy.

Mas a nostalgia é algo muito difícil de se evitar e na última Sexta-feira (24), uma data muito especial da história do Sepultura mereceu ser lembrada: foi o aniversário de 20 anos de Roots – um dos discos mais emblemáticos da história do banda e, por que não dizer, do próprio heavy metal, lançado em 1996.

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Os irmãos de Belo Horizonte fizeram as honras e tocaram o álbum na íntegra, na edição deste ano do Amnesia Rock Fest – o maior festival de rock do Canadá.

Uma breve história de Roots

A banda vinha numa fase de reinvenção de seu som desde o disco anterior, Chaos A.D, de 1993, em que apresentavam linhas cada vez mais experimentais. Enquanto ali eles resolveram apostar no som industrial ao invés do manjado death metal, em Roots eles chutaram o balde de vez e concentraram suas forças numa volta às próprias raízes, como diz o nome do álbum. Mas isso não quer dizer uma volta às raízes da banda mas, sim, às raízes ancestrais: Max Cavalera abraçou a vibe da cultura indígena brasileira com todas as suas forças e utilizou  no álbum todo tipo de batida tribal e instrumento de percussão que se pudesse imaginar.

E como se já não bastasse toda essa mistura, a nova “fase” foi coroada com o convite de ninguém menos do que Carlinhos Brown para participar da faixa “Ratamahatta” e várias outras do disco com suas intervenções vocais e batidas. A mistura acabou dando muito certo e Roots representou um enorme soco na boca do estômago de fãs, crítica e até mesmo de grandes veteranos do estilo. A repercussão foi tamanha que elevou o Sepultura ao posto de banda brasileira de maior repercussão em todo o mundo.

Dave Grohl e o Sepultura

Um célebre fã da banda (e do disco) é ninguém menos do que o frontman do Foo Fighters e ex-baterista do Nirvana, Dave Grohl, que já citou a banda em inúmeras entrevistas ao longo dos anos.

Grohl chegou a ser, inclusive, o responsável por escrever o prefácio da biografia de Max Cavalera, chamada My Bloody Roots: From Sepultura to Soulfly and Beyond. Sobre esse prefácio, Max diz que Dave fez uma ótima introdução, e contou a história de quando o músico comprou um auto-falante de 50 mil para dólares para seu estúdio e “colocou o Roots pra tocar e a porra toda explodiu!”

O próprio Grohl chegou a dizer em entrevistas:

Sabe o que é mais louco? Uma das minhas bandas de metal favoritas de todos os tempos é do Brasil! Essa banda se chama Sepultura. Tipo, SEPULTURA! Eles são incríveis, mas uma das coisas mais loucas que eles fizeram foi esse álbum chamado Roots. Eles incorporaram umas instrumentações brasileiras malucas junto à música mais pesada que você vai ouvir em toda a sua vida. Isso meio que mudou todo o jogo. Foi a parada mais pesada de todos os tempos!

Ouvindo Roots

Roots é, de fato, mais do que um álbum, mas sim uma experiência.

Sua brutalidade, força e diversidade realmente saltam aos ouvidos e, com um pouquinho de boa vontade, podem soar como uma (ótima) surpresa até para os que não são lá tão fãs do estilo. Merecem a audição faixas destruidoras como a clássica “Roots Bloody Roots”, “Attitude” e “Ratamahatta” – todas gravadas ao vivo no estúdio.

Veja abaixo um trecho do Amnesia Rock Fest, festival que colocou os irmãos Cavalera e o próprio Sepultura no mesmo lineup, onde os caras tocaram o ótimo disco na íntegra.

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