Esse não é um tutorial de como aumentar o alcance das publicações, nem uma análise das métricas de todos os perfis de ambas as divas. Enquanto pesquisadora e publicitária, há alguns anos acompanho as redes sociais dos principais nomes do universo da música pop. Enquanto Gaga é interativa, Beyoncé faz declarações sérias, onde vigora o silêncio dramático e um convite para reflexão. Apesar das diferenças, ambas têm o objetivo de engajar e empolgar seus maiores admiradores. Vejamos como esses dois nomes, que são marcas bastante sólidas do mercado internacional da música, podem nos ensinar breves lições encantadoras, cuja aplicação não apenas se restringe ao meio do marketing ou do digital como à vida real e pessoal de cada um de nós.
Hoje, veremos dois dos quatro pontos que pretendo abordar por aqui, no Fast Forward:
Cative!
Fale diretamente com seus grandes fãs. Não aqueles que balançam os quadris quando ouvem sua música na balada, nem o que deixa sua música tocar no rádio ao invés de mudar de estação. Fale com quem realmente mal pode esperar em te ouvir, com quem compra ingresso pro show na pré-venda e paga com gosto os downloads digitais. Fale com aquele que vai fazer um post em caps lock no Facebook sobre como a sua nova canção é maravilhosa e como sua atitude é incrível. Fale com aquele que vai fazer um vídeo de 10 minutos no YouTube analisando faixa por faixa do seu último álbum; ou com aquele que vai compartilhar a playlist no Spotify em todos os canais possíveis e disseminar rapidamente a sua voz por aí. Dessa maneira não se gasta energia atirando no escuro, tentando captar alguém que não está muito a fim de te ouvir. Faça como Lady Gaga, fale para os seus Little Monsters e deixe-os espalhar sua mensagem por aí. Nenhuma grande marca se constrói sozinha. Nós precisamos da ajuda dos nossos admiradores, sejam consumidores ou usuários.
É nas redes sociais que temos grandes chances de nos comunicarmos com carinho e demonstrarmos um pouco de dedicação com aqueles que queremos cada vez mais envolvidos.
Surpreenda!
Não se prenda a um estilo de vida, de voz, de roupa ou de ritmo. Mude de opinião (sim, apesar de ser uma atitude condenada no tribunal do Facebook, é permitida na vida real). Lance um disco na madrugada, jogando-o no iTunes, sem falar nada com ninguém, sem fazer grandes declarações nas redes, de forma que apenas os seus fãs de verdade saibam e espalhem a notícia o mais rápido possível, como fez a Beyoncé. Apareça com roupas mirabolantes ou resolva ser uma diva do jazz saída diretamente dos anos 1940 da noite para o dia. As mudanças e surpresas ao contrário do que se parece, não indicam uma fraqueza, mas uma forte construção de identidade e uma estratégia de marketing de feitas de uma forma nada óbvia.
Às vezes os livros e manuais de marketing nos ensinam a ser extremamente cautelosos e padronizados no que diz respeito ao envolvimento, engajamento e construção de uma marca sólida. Tudo bem que não somos Ladies Gaga ou Beyoncés, mas ver artistas de peso arriscando e marcando pontos certeiros são mais do que bons exemplos para pensar, são sim uma fonte de inspiração legítima.
Na próxima semana, veremos os dois outros pontos que amarram bem essa história. Até lá!