Música

Slipknot faz show contra lei transfóbica na Carolina do Norte

"Independentemente de quem você é, inclusive em nossa própria comunidade do metal, todos devem ter acesso à igualdade", diz comunicado do Slipknot.

Slipknot

O Slipknot é mais um das bandas que se juntam aos artistas que se posicionaram contra a House Bill 2 (HB2), lei aprovada na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que proíbe pessoas travestis, transexuais e transgênero de utilizarem banheiros públicos de acordo com o gênero que se identificam. A banda, em parceria com o Equality NC, grupo de defesa dos direitos LGBTQ, marcou um show no estado, que acontece nesta terça-feira, 2 de Agosto, no PNC Music Pavilion em Charlotte.

A banda expressou seu repúdio ao que a lei representa e o show é um protesto para chamar atenção para a luta contra a legislação transfóbica. Leia abaixo a nota que o Slipknot divulgou:

Quando começamos essa turnê, nós tínhamos reservas sobre tocar na Carolina do Norte por causa de uma lei aprovada recentemente lá chamado HB2. A lei suspende os direitos das pessoas LGBT, não permite que a classe trabalhadora viva com um salário digno. Acreditamos que, independentemente de quem você é, ou o que você acredita neste país – e inclusive em nossa própria comunidade do metal – todos devem ter acesso à igualdade de oportunidades necessárias para ter sucesso. Esta lei é um tapa na cara desses valores.
Acreditamos que, independentemente de quem você é, ou quem você ama, você não deve ter de enfrentar o ódio em casa ou na sua comunidade. Nossos fãs na Carolina do Norte merecem o melhor, por isso decidimos não cancelar. Não importa onde você mija – só por favor lave as mãos. É muito simples, realmente.
Nós decidimos fazer parceria com a Equality NC, o grupo de defesa LGBTQ liderando a luta contra esta lei odiosa. Você pode falar com a Equality NC no nosso show sobre como se envolver, e se registrar para votar em NC. Dessa forma, nós não teremos que falar sobre isso na próxima vez que voltarmos lá. Nós estamos vindo à Carolina do Norte para mostrar aos nossos fãs que eles podem fazer a diferença necessária para revogar esta lei e devolver seu estado a um lugar que acolhe a todos e valoriza as diferenças.

Adeus, gênero!

Muitos artistas têm se identificado com a causa e se manifestado, uns cancelando shows outros promovendo. O Against Me!, que tem Laura Jane Grace como vocalista, uma mulher trans, marcou shows esse ano no estado, apesar de achar o “boicote uma atitude louvável”. Segundo Laura, a motivação foi “a solidariedade com as pessoas de lá que são contra isso ou que são trans, elas não podem boicotar seu próprio estado”. Os shows aconteceram em Maio, onde a artista queimou sua certidão de nascimento enquanto gritava “Adeus, gênero”.

Quem também cancelou shows em protesto à lei foram os caras do Pearl Jam, o beatle Ringo Starr, Bruce Springsteen, Cirque du Soleil, Nick Jonas, Demi Lovato, Blue Man Group, entre outros. O Animal Collective também fez shows no estado e lançou dois álbuns ao vivo, sendo um da apresentação. Cindy Lauper e Mumford & Sons tocaram no estado, também em protesto contra a lei.

Além do boicote de alguns artistas, a Carolina do Norte perdeu a chance de sediar o All-Star Game, um dos grandes eventos da NBA, que aconteceria em 2017 na maior cidade do estado, Charlotte. O estado sulista também deixou de receber investimentos como um centro da empresa de pagamentos online PayPal, que geraria empregos no estado.