A noite da última quinta-feira foi analógica para os fãs, amigos e familiares de Maria Gadú que compareceram à gravação de seu DVD, para o disco Guelã, lançado no ano passado.
A cantora, que exigiu que os fãs comparecessem ao local do evento para buscarem seus convites pessoalmente, cuidou de cada detalhe da festa para que ela fosse intimista e próxima, e abusou do trabalho manual para dar um tom de proximidade a cada detalhe do evento.
Junto ao convite para a festa, cada fã recebia um DVD com um vídeo da cantora com todas as orientações para o evento: usar roupa escura, chegar 30 minutos antes do início do festival, desligar o celular e se preparar para dançar muito na pista, na última música da apresentação. Tudo combinado, tudo pronto, a gravação começou com um atraso de 30 minutos, normal para a ansiedade local entre quem esperava pedindo a presença da cantora no palco.
Abrindo com “Suspiro”, “Obloco” e “Ela” Gadú se dirigiu ao público ao final da terceira canção, como que marcando presença entre as canções do Guelã e dos outros discos. Nesta primeira oportunidade, foi breve: só queria agradecer a presença de todos e não tinha muito o que dizer além disso. Era a emoção dominando e a gente saberia mais razões para isso ao longo da apresentação.
Voltando-se um pouco para o começo de sua história, Gadú e companhia cantaram juntos “Bela Flor”, “Paracuti” e “Escudos” dando lugar em seguida para “Trovoa”, tão emocionante ao vivo quando no disco, uma bonita homenagem a Maurício Pereira no disco que só tem um cover.
Daí para frente Gadú deixou um pouco o intimismo do espetáculo de lado.
Seja na versão mais batucada de “Ne Me Quitte Pas”, nas confissões de adolescente que escolheu o CCSP porque “cabulava” todas as suas aulas ali, naquele espaço (lendo Nietzsche na biblioteca, segundo ela mesma, para aprovação de uma mãe sorridente que acenava em um dos cantos do palco) e até explicando a inspiração para “Tecnopapiro”, que surgiu de uma reclamação da D. Neusa sobre o nosso vício cada vez mais incontrolável em tecnologia e tudo o que ela pode fazer por nós.
Foi neste ponto da festa que uma fã gritou da parte de cima da estrutura da Sala Adoniran Barbosa: “Tem um Pokemon aí embaixo” e logo foi respondida por Gadú, que fez piada: “Ah não né? Cês tão de sacanagem comigo! Eu nunca gostei de Pokemon. Nem em 2001 quando saiu esse negócio eu gostava de Pokemon, não é agora que eu vou me render a esse negócio…” e todo mundo caiu na risada.
A fã lá de cima tentou consertar: “Você é o nosso Pokemon” e Gadú não pareceu muito feliz com a ideia, refletindo a respeito e respondendo… “Ah… não gostei!”.
Risos mais fortes e a festa continuou até a última canção do setlist, “Semi-Voz” que demandou uma organização prévia da pista de dança divulgada no convite para o show, mas que acabou se transformando numa grande festa.
Esperamos ansiosos o lançamento do DVD para ver tudo isso de novo.
Setlist
- Suspiro
- Obloco
- Ela
- Bela Flor
- Paracuti
- Escudos
- Trovoa
- Altar Particular
- Longe
- Sakedu
- Ne Me Quitte Pas
- Vaga
- Tecnopapiro
- Axe
- Ha
- Laranja
- Aquaria
- Semi-Voz