Por Pedro Tavares
Algumas pessoas sonham em fazer música. Outras, filmes. Os dois, talvez, seja o mundo ideal para muitas. Poucas conseguem por falta de grana, tempo ou talento mesmo.
Muitas bandas e artistas estrelaram filmes e depois que os videoclipes surgiram os dois mundos se aproximaram de vez. Alguns clipes parecem com curtas-metragens (vídeos de Beyoncé, Michael Jackson e Green Day, para citar alguns) e músicos começaram a produzir, roteirizar e dirigir filmes, sem falar nas trilhas sonoras.
Outros se arriscaram como atores (Flea, Billie Joe, Mike Patton, Justin Timberlake) e obviamente alguns atores se arriscaram na música (Keanu Reeves, Johnny Depp). Há também o caso de cineastas que declaram seu amor pela música nos filmes e também nos palcos.
Listamos aqui dez músicos que se aventuraram no mundo como diretores de cinema (e vice-versa). Divirta-se!
Gore Verbinski (Daredevils)
Gore Verbinski é conhecido pela direção de filmes da franquia “Piratas do Caribe”, “A Mexicana” e “Rango”, mas começou sua carreira como diretor dirigindo clipes de bandas como NOFX, Monster Magnet e Bad Religion.
Antes de fazer campanhas para empresas como Nike, Coca-Cola e Skittles, Gore Verbinski teve duas bandas que fizeram parte do catálogo da Epitaph Records: The Little Kings e Daredevils, esta última com Mr. Brett (Bad Religion).
Infelizmente o Daredevils lançou apenas um EP, o ótimo “Hate You”.
https://www.youtube.com/watch?v=VRlvrlMsiV4
Fred Durst (Limp Bizkit)
Fred Durst pode ter a pose de durão como líder do Limp Bizkit, mas levou o prêmio do festival de Tribeca pela direção do belo “A Educação de Charlie Banks”, filme estrelado por Jesse Eisenberg (A Rede Social, Rio, Zombieland).
O que parecia o início de uma bela carreira de diretor se esfriou com a chegada da comédia genérica sobre futebol americano “The Longshots” e o cancelamento de “Pawn Shop Chronicles”, filme que mais tarde acabou nas mãos do diretor Wayne Kramer.
Durst parece ter deixado a carreira de diretor de lado.
Rob Zombie
“A Casa dos Mil Corpos” foi lançado com muito atraso, mas obteve sucesso suficiente para que a continuação, “Rejeitados pelo Diabo” também fosse filmada. A partir daí, Rob Zombie se viu com uma carreira de cineasta para administrar.
Lançou na sequência a bizarra animação “El Haunted World of Superbeasto”, a dobradinha de filmes “Halloween”, baseada na obra de John Carpenter, “The Lords of Salem” e o recém-lançado e ultraviolento “31”, exibido no Festival de Sundance.
https://www.youtube.com/watch?v=2sKg7t2uJKQ
Joe Escalante (The Vandals)
Joe Escalante trabalhou para a emissora CBS por alguns anos e gastou todo seu salário negociando apresentações para os Vandals em programas da emissora. Depois disso Joe fundou a Kung-Fu Records, por onde lançou dois filmes, “That Darn Punk” como produtor e a comédia “Cake Boy”, como diretor.
Ben Drew (Plan B)
Após se envolver na produção de vídeo clipes o rapper Plan B mostrou interesse em escrever e dirigir filmes. Em 2008, já com seu nome verdadeiro, lançou o curta-metragem “Michelle” e dirigiu o clipe da música “Pieces”.
Em 2010 Ben dirigiu seu primeiro longa-metragem, “Ill Manor”, um filme de ação com seis pequenas histórias que se entrelaçam e com muito rap na trilha sonora, claro.
Tim Armstrong (Rancid, Transplants)
Parece impossível, mas Tim Armstrong tem tempo para administrar uma carreira no cinema. Ele dirigiu o curta-metragem “Larry is Dead”, o documentário “Give’em the Boot” e também produziu o longa de animação “Live Freaky! Die Freaky!”, no qual Tim foi narrador e contou com nomes do punk no elenco como Billie Joe (Green Day), Travis Barker (Blink-182), Davey Havok (AFI), entre outros.
Tim Armstrong também produziu e roteirizou a websérie “RocknRoll Theatre”, estrelada por Lars Frederiksen (Rancid), e Davey Havok. A série tem a trilha de TimTimeBomb, projeto de…bem, você sabe quem.
Seu último trabalho como diretor foi o clipe de “Bang Bang” do Green Day.
https://www.youtube.com/watch?v=UmL5BPgt9fU
Quentin Dupieux (Mr. Oizo)
Além de seu trabalho na Ed Records, Dupieux também é diretor e roteirista, no qual é responsável por filmes como “Rubber”, “Steak” e “Wrong Cops” (comédia estrelada por Marilyn Manson), entre outros.
Woody Allen (New Orleans Jazz Band)
Se você já assistiu a pelo menos dois filmes de Woody Allen conhece o amor do diretor pelo jazz. Pois o que poucos sabem é que Allen toca clarinete na New Orleans Jazz band e toca toda segunda-feira no Café Carlyle em Nova Iorque sempre com ingressos esgotados.
O documentário “Wild Man Blues” acompanha a turnê da banda pela Europa e aproxima a figura excêntrica de Woody Allen do público.
Ben Weasel (Screeching Weasel)
O filme, segundo Ben, é a história de vampiros gays, bebidas e violência. Algumas pessoas citam também o arrependimento de Ben Weasel de sua meteórica carreira cinematográfica.
Omar Rodriguez Lopez (At the Drive-In, The Mars Volta)
Logo o filme ganhou críticas positivas e comparações aos filmes de David Lynch e Alejandro Jodorowsky e foi exibido no Brasil dentro da programação do Indie Festival.
Omar dirigiu seu segundo longa, “Los Chidos”, indicado ao grande prêmio do SXSW Film Festival em 2012. No momento Omar se concentra em seus inúmeros projetos musicais, enquanto seu terceiro longa, “El Divino Influjo de los Secretos” é lentamente produzido.
A produtora de Omar, Sargent House, liberou “O Assassino Sentimental de Máquinas” para ser assistido no YouTube (sem legendas).