Você já viu por aqui que João Gordo está lançando uma biografia chamada Viva La Vida Tosca! com ajuda do jornalista André Barcinski.
Lançado pela editora Darkside, o livro fala sobre diversas passagens da vida do cara, e ao que tudo indica vem tendo a divulgação baseada principalmente no encontro do vocalista do Ratos de Porão com o Nirvana em 1993.
Há alguns dias o cara já liberou um trecho da obra falando sobre o consumo de cocaína de Kurt Cobain, e agora voltou a liberar uma parte, ainda maior, narrando como foi aquela noite “de open bar e open teco”.
Vale lembrar que em 1993 o Nirvana tocou no festival Hollywood Rock, em São Paulo, e fez um dos piores shows da carreira.
Segundo o próprio João Gordo, boa parte disso foi culpa sua, pois ele botou pilha no evento que era patrocinado por uma marca de cigarros:
O show do Nirvana no Morumbi foi uma bosta. Muita gente, inclusive a banda, achou que aquela foi uma das piores apresentações da carreira do Nirvana. E acho que boa parte disso é culpa minha. Falei tão mal do festival que os caras entraram pra zoar tudo. Antes de eles subirem no palco, o Krist Novoselic me deu um papel com um manifesto e pediu pra eu ler no microfone. Eu tinha bebido tanto e fumado tanta maconha que tava com a boca na nuca, não conseguia nem falar. Eu olhava pro papel e só via um borrão. Mesmo assim falei umas groselhas lá e anunciei a banda. Mas o show foi horrível, cem mil pessoas em silêncio. Parecia um ensaio ruim.
Depois do show, a noite ainda foi longa, e João Gordo contou em detalhes para a Revista TRIP:
Foi todo mundo. Meu amigo Renato Gordinho, veterano da cena punk em São Paulo, tinha um Corcel 2 azul-claro, todo batido, e no carro fomos eu e o Renato na frente, mais o Kurt, a Courtney, o Flea, do Chili Peppers, e a baterista do Hole espremidos atrás. No carro da Alê, um Golzinho, ela levou metade do L7 e uma pá de roadies.
Nós ficamos no maior ratatá monstro, só na farinha, e o DJ da casa, o Aldo, começou a tocar anos 1960. Eles adoraram. Lembro como se fosse hoje: eu e a Courtney dançando o passo do submarino, aquele do B-52s em que as meninas tampavam o nariz com uma mão e desciam até o chão, ouvindo Taxman, dos Beatles. Uma hora, eu tava dançando com ela, de olhos fechados, e um filho da puta pulou nas minhas costas e ficou pendurado no meu pescoço. Comecei a girar feito um carrossel, até que percebi que era o Kurt! Ele tava feliz da vida, rindo que nem criança.
Você pode ler o relato de João Gordo na íntegra clicando aqui.
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