Em 21 de Abril do ano que vem o Winamp irá chegar à marca de 20 anos desde o seu lançamento, e carrega no currículo números invejáveis como um dos programas para Windows mais bem sucedidos da história.
O player de música teve sua primeira versão lançada em 1997 e em 1998 chegou com a segunda, em um daqueles casos clássicos de estar no lugar certo, na hora certa.
MP3
Ao final dos anos 90 um formato de áudio que começou a ser desenvolvido em 1993 estava começando a se popularizar, e esse formato era o MP3.
Com uma tecnologia revolucionária para a época, o MP3 transformava arquivos imensos de áudio, como os WAV, em outros bem menores com qualidade de som não apenas aceitável, como bastante próxima do original.
O que faltava para que o formato decolasse de vez era um player acessível com uma interface amigável, e foi aí que entrou o Winamp.
Desenvolvido por Justin Frankel e Dmitry Boldyrev, ambos formados na Universidade de Utah, o Winamp fez o papel de ponte entre os arquivos MP3 e os ouvintes, permitindo que eles não apenas fossem executados de forma bastante prática, como também fossem organizados em playlists, guardassem informações de lançamento e mais.
Funcionalidades e “simpatia”
Além de revolucionar e dar início à era de ouro da música digital, principalmente da pirateada, o Winamp também cativou seus usuários por conta da simpatia.
Ao instalar o software era possível ouvir uma faixa padrão que dizia “WINAMP: it really whips the llama’s ass”, ou algo como “WINAMP: realmente chuta a bunda da lhama”, o que acabou tornando a lhama um símbolo do programa.
As playlists também eram uma marca registrada do Winamp e cada um dos arquivos poderia ser editado com tags de dados dos tipos ID2 e ID3, com nomes de discos, autores, ano de lançamento e mais.
Para os apaixonados por música, organizar uma coleção de álbuns no Winamp era como organizar sua coleção de discos pessoais, até porque no início dos anos 2000 não era lá muito fácil encontrar arquivos bem catalogados e com informações corretas em serviços de download.
Outra função bacana do Winamp eram as Skins, “peles” que poderiam ser baixadas ou desenvolvidas em casa mesmo e aplicadas no software para que ele pudesse ficar com a cara da sua banda favorita, seu time de futebol, cartaz de filme e mais.
Customização era um dos fortes do Winamp e isso também teve um papel fundamental na popularização do player de música.
Com algumas skins “avançadas”, era possível alterar completamente a aparência tradicional do software, que já era bacana.
Outra funcionalidade bastante valorizada por uma parcela considerável de usuários do Winamp eram as transmissões de programas de rádio e/ou podcasts via Shoutcast, um diretório que armazenava centenas de atrações do mundo inteiro e podia ser acessado direto da interface do programa.
Passado, presente e futuro
No mundo digital as coisas mudam de figura em uma velocidade absurdamente impressionante, e com a música não foi diferente.
Os arquivos MP3 se popularizaram, os players físicos e aparelhos de som se adaptaram para tocá-los, mas a Internet foi ficando cada vez mais rápida, móvel e portátil, e aí passou a não fazer muito sentido procurar arquivos, baixá-los, transferi-los para outros computadores e escutá-los de forma local.
As plataformas de streaming aproveitaram a evolução tecnológica e o acesso à Internet para se popularizarem, e programas como o Winamp foram esquecidos.
A Nullsoft, empresa que desenvolveu o Winamp, havia sido comprada pela AOL em 1999 por 80 milhões de dólares, e 14 anos depois, em 2013, resolveu anunciar o encerramento das atividades tanto do site Winamp.com quanto de novas versões do player.
Acontece que de lá pra cá uma empresa belga chamada Radionomy adquiriu a marca Winamp incluindo seu site e o Shoutcast, e o atualizou com mensagens de que “algo novo está por vir”.
De qualquer forma, assim como aconteceu com o Napster que hoje é um dos serviços de streaming menos conhecidos do público, será difícil reativar o que o Winamp já foi um dia, quando chegou a ter mais de 25 milhões de usuários registrados.
#sddswinamp