2016 está aí para provar que é um ano bizarro, e por essa treta ninguém esperava.
O político Geddel Vieira Lima apareceu bastante nos noticiários dos últimos dias porque foi citado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, como um dos principais motivos por seu pedido de afastamento do cargo.
Segundo Calero, Geddel vinha fazendo pressão para que um imóvel onde ele comprou um apartamento por quase 3 milhões de Reais tivesse a construção liberada pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Geddel, que era Ministro da Secretaria de Governo, foi pressionado e acabou apresentando pedido de demissão, e agora é alvo da opinião pública e da oposição que cobra respostas sobre por que ele teria supostamente pressionado Calero em um caso onde tinha interesses pessoais.
Pois bem, junto com essa história toda veio à tona uma passagem de Renato Russo – O Filho da Revolução, livro sobre o líder da Legião Urbana escrito por Carlos Marcelo, diretor de redação do Estado de Minas.
O jornal destacou o fato de que Geddel e Renato Russo eram colegas de classe no Colégio Marista de Brasília nos anos 70, e ainda citou um trecho onde é revelado que Geddel era chamado de “Suíno”:
A turma do Colégio Marista tem que preparar apresentação relacionada à música. De imediato, Renato avisa:
– O tema do meu grupo vai ser a história do rock.
Rigoroso na hora de selecionar os colegas de grupo, ele convida Maria Inês Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda – o esforço alheio representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala verde, o que despertava atenção das meninas e a inveja dos meninos – que davam o troco chamando-o de “Suíno”. Tinha sempre uma piada na ponta da língua; as matérias, nem sempre.
– Eu vou ser político!
O jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade. ‘Ele é in-su-por-tá-vel!’, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo.
“Ele não era ninguém”
Em nova entrevista após a saída do governo, Geddel conversou com o Estado de São Paulo e, entre outras coisas, disse que agora “virou babá” do seu seu filho Gedelzinho (!), de sete anos de idade.
Além disso, também comentou rapidamente sobre o desprezo de Renato Russo e seus outros colegas de classe:
Nunca fui chamado de Suíno. Aliás, nem lembro de Renato Russo nenhum no colégio. Ele não era ninguém.