Amadurecimento, aventuras no pop e amor pelo Brasil - entrevistamos o Simple Plan

O Simple Plan, que encerra hoje sua passagem pelo Brasil, falou com o TMDQA! antes do show de São Paulo na última quarta-feira (07). Leia!

Simple Plan

Neste domingo o Simple Plan encerra sua passagem pelo Brasil com um show em Porto Alegre, já tendo se apresentado em São Paulo, Rio e Belo Horizonte.

Mesmo relativamente distante dos holofotes que recebeu no meio da década passada, quando estourou com hits como “Perfect” e “Welcome to My Life”, o quinteto canadense mantém uma base extremamente fiel de fãs e tem conseguido atrair públicos impressionantes até fora de seu país natal.

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Parte desse sucesso prolongado se deve à expansão do som da banda: no álbum lançado este ano, Taking One for the Team, os canadenses conhecidos por seu pop-punk melodramático se aventuram em canções pop repletas de efeitos de estúdio, batidas eletrônicas e colaborações com nomes como o rapper Nelly.

Isso não quer dizer que tenham abandonado seu som característico: ele segue presente na forma de faixas como “Opinion Overload” e “Farewell”, impulsionadas por guitarras distorcidas e vocais em coro. Afinal, para o baterista Chuck Comeau – que já falou com a gente nesse ano – e o guitarrista Sébastien Lefebvre, o objetivo do álbum foi manterem-se fieis a suas raízes sem terem medo de arriscar.

Falamos com os dois antes da apresentação da banda em São Paulo, na última quarta-feira. Leia a entrevista abaixo e veja também nossa matéria sobre o show!

Entrevista por Melissa Moura

TMDQA!: Vimos que ontem vocês foram a um bar aqui na cidade. Estão aproveitando o Brasil?

Sébastien: Sempre. Nós sempre nos sentimos bem no Brasil. É muito divertido aqui, os fãs, a energia da população em geral… as pessoas são muito calorosas, há muita paixão aqui. É por isso que sempre voltamos. Quando há um novo álbum fazemos questão de vir até aqui.

Chuck: Estamos sempre tentando apreciar a cultura e a comida e aprender mais. É um país com o qual criamos um elo especial. Quando estamos no Instagram ou em outras redes sociais vemos sempre muitos brasileiros deixando mensagens, falando “Voltem, façam shows para nós!”. Então você sente essa conexão.

Sébastien: Em todo show nosso, em qualquer lugar do mundo, tem sempre pelo menos um brasileiro com uma bandeira.

Chuck: Acho muito legal eles serem orgulhosos de onde são e estarem sempre representando o Brasil.

Sébastien: E eles sabem que amamos eles.

TMDQA!: Vocês lançaram recentemente um videoclipe para “Perfectly Perfect”, que é bem diferente do de “Singing in the Rain”, o último single. Mesmo assim, ele já tem mais de 1 milhão de visualizações em uma semana. Isso é incrível! O que estão achando dessa repercussão?

Sébastien: É ótimo. Quando compusemos a música para o álbum nós sabíamos que havia algo de especial nela, e ver ela crescer e ‘conectar’ com as pessoas tão rápido e tão forte é incrível.

Chuck: Sim, estou bem feliz com o resultado final do vídeo. De um jeito, pegou a música e deu ainda mais significado a ela. Acho que os fãs gostaram bastante do aspecto visual e isso lhes fez querer compartilhá-la com seus amigos, namorados, namoradas, enfim. É bem legal e estou orgulhoso dela. Obviamente é um pouco diferente, é um pouco mais lenta, mas sempre temos essas músicas nos nossos álbuns – canções mais profundas, um pouco mais emocionais…

Sébastien: E ter uma ou duas canções acústicas por álbum é muito pop-punk!

TMDQA!: Agora que ‘Taking One for the Team’ saiu há algum tempo, o que esse álbum significa para vocês profissionalmente e pessoalmente?

Sébastien: Sabe, essa é uma boa pergunta. Parabéns por ela!

TMDQA!: Haha, obrigada!

Sébastien: Estamos apenas orgulhosos de ainda estarmos fazendo discos, de termos feito cinco álbuns. Acho que muitas bandas não conseguem chegar a isso. Temos fãs que ainda se importam com a música e, para mim, isso é o maior sucesso que podemos ter. Acho que musicalmente voltamos às nossas raízes em muitos sentidos. Também tentamos coisas novas, como você estava dizendo, mas também nos reconectamos com nosso som. Acho que era importante fazer um disco que soasse como um álbum do Simple Plan. Acho que é um trabalho com a essência do Simple Plan.

Chuck: É bom ainda termos algo a dizer mesmo após cinco álbuns. Se há uma mensagem a respeito do que a nossa banda significa, acredito que ela nunca foi tão forte quanto nesse disco. Nos orgulhamos disso.

Sébastien: É importante manter-se fiel às suas origens, e por isso há tantas músicas de pop-punk clássico nesse disco, mas não queríamos fazer a mesma música 15 vezes. Isso é entediante para nós.

Chuck: É preciso ter uma balança entre o que te anima e o que, com sorte, vai animar os fãs. A dificuldade em fazer um álbum está em alcançar um resultado que nos deixe com a sensação de, “Ok, isso está bom. Isso é um álbum que gostaríamos de lançar para os fãs”, e quando sente isso você sabe que está pronto, que acabou o processo de composição e gravação e que você pode lançá-lo.

TMDQA!: Vocês diriam que esse disco é a melhor definição do que é o Simple Plan?

Sébastien: Neste momento, sim. Eu digo que cada álbum, no momento que os lançamos, representa quem somos naquele instante, e neste trabalho acho que nossas raízes estão bem representadas. Nossa musicalidade e nossa disposição em tentar coisas novas também.

Chuck: Acho que, para todo álbum que lançamos, dizemos “esse é o nosso trabalho definitivo”. Mas se você olhar para os nossos 15 anos, acho que o primeiro e segundo álbuns serão os que melhor definirão a nossa carreira. Obviamente porque foram os primeiros – é quando nós realmente definimo-nos como banda, quando os fãs se apaixonaram pela nossa música. Eles sempre serão importantes, mas com o quarto disco por exemplo, acho que redefinimos a banda e conquistamos novos fãs também. Tentamos fazer discos influentes o tempo todo, discos que vão deixar uma marca e que não se limitem a ser apenas o quarto ou quinto da carreira. Você sempre deve tentar fazer um álbum ‘clássico’, que as pessoas considerem como o favorito delas. Nós sempre buscamos alcançar isso, mas no final das contas quem decide isso são os fãs. E até agora tocar as músicas desse álbum ao vivo e ver a reação… o que nos anima é que as pessoas querem mais músicas novas, tipo “Vocês não tocaram “I Refuse”!” ou “Por que não tocaram essa outra música? Nós a amamos, queremos mais canções novas!” e isso é muito bom. Ver que os fãs não querem só as coisas antigas e sim tudo de nossa carreira é muito legal.

TMDQA!: O que lembram dos últimos shows que fizeram no Brasil?

Sébastien: Normalmente são os melhores shows da turnê, porque os fãs brasileiros são mais barulhentos, cantam mais alto, são mais loucos, e é muito divertido e é por isso que continuamos voltando para cá. Como dissemos antes, há sempre um brasileiro em todos os shows e nas nossas redes sociais…

Chuck: A última vez que tocamos aqui foi, tipo, em 2012?

Sébastien: Isso, acho que sim.

Chuck: Perto do final do ciclo do álbum passado. Fomos a vários países que nunca havíamos ido antes, então foi uma longa turnê sul-americana. Tocamos em festivais que nunca havíamos tocado antes, em cidades diferentes. Dessa vez vamos tocar em quatro cidades, o que já é bastante. Mas todas as cidades são ótimas no Brasil.

TMDQA!: Podemos esperar alguma surpresa na setlist para a América do Sul? Talvez a nova música de Natal?

Sébastien: Não parece Natal aqui. Estivemos em turnê pelo mundo e nós temos uma ótima setlist agora, e não queríamos adicionar a música de Natal porque eu acho que seria estranho.

Chuck: Se os fãs forem em mais de um show da turnê eles vão ouvir músicas diferentes. Nós gostamos de mudar o set para mantê-lo divertido. Vamos ver.

Sébastien: Nós sempre temos mudanças de último minuto. Nós olhamos para o público e pensamos “Bom, hoje nós vamos tocar essa música”.

TMDQA!: Vocês têm mais discos do que amigos?

Sébastien: Eu não compro mais discos, então espero que não.

Chuck: Eu tenho uma assinatura do Spotify, então tenho todos os discos. Ou seja, definitivamente tenho mais discos.

Sébastien: Exceto Taylor Swift, você não tem nada dela. Eu provavelmente já comprei mais discos do que fiz amigos, mas depende de como você define amigos.

Chuck: Se for grandes amigos, de longa data, pessoas com as quais eu saio para jantar sempre, provavelmente tenho mais discos que amigos; mas se estiver falando de pessoas com quem me dou bem e que conheço, que curto ficar por perto, eu tenho mais amigos… na verdade, retiro o que disse: tenho mais discos. A música vence.

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