Jean Dolabella é um músico brasileiro com bagagem.
O cara já esteve em bandas como Diesel, Udora e também gravou discos com ninguém menos que o Sepultura, com A-Lex (2009) e Kairos (2011).
Hoje em dia o baterista que também ataca de guitarrista está no supergrupo de stoner rock Ego Kill Talent, ao lado de músicos de bandas como Reação em Cadeia, e conversamos com o cara a respeito dos álbuns que o impactaram de uma forma ou de outra durante todos esses anos respirando arte.
Veja logo abaixo e divirta-se!
Van Halen – Ao Vivo em New Haven (1986)
Na verdade nem é um disco, é um VHS que eu tinha e que de certo modo foi o primeiro grande álbum que me marcou. O álbum do Van Halen mais marcante pra mim foi o 5150 (1986) e que tá nessa lista também. Mas esse ao vivo em New Haven eu assisti até a fita arrebentar praticamente. Eu adorava, escutava tudo! Eu era muito moleque e ficava o dia inteiro tocando na minha “batera”, que na verdade era um pedal que meu tio me deu e uma caixa de papelão, meu bumbo, um tamborete de couro da minha avó que eu usava de caixa, além de um prato velho que minha mãe conseguiu num show do Lobão. Também tentava tirar as músicas no violão, fazer as coisas que o Van Halen fazia.
Guns N’ Roses – Appetite for Destruction (1987)
Meu sonho era saber tocar a introdução de “Sweet Child o’ Mine”. Foi nessa época que comprei minha primeira bateria, eu ainda morava em Uberlândia (MG), devia ter entre 9 e 10 anos de idade e daí tirei o disco inteiro na bateria, tocava tudo! Tirei todas as estruturas e acordes, foi um grande laboratório pra mim.
Nirvana – Nevermind (1991)
Led Zeppelin – Led Zeppelin (1969)
https://www.youtube.com/watch?v=ZQgYn23Xvck
Pink Floyd – Delicate Sound of Thunder (1988)
Pantera – Vulgar Display of Power (1992)
Lenine e Marcos Suzano – Olho de Peixe (1994)
https://www.youtube.com/watch?v=15EQQEuaQcY
Big Wreck – In Loving Memory Of… (1997)
Acho as músicas incríveis, senso de melodia e estruturas. As texturas em termos de mixagem, o lance do delay na voz, os solos, os timbres de guitarra, uma coisa mais vintage, um rock mais “velho” assim… O som da batera com cara de John Bonham, só que mais moderno. É um disco dos anos 90, só que não é datado, ele transcende essa época.
John Mayer – Room From Squares (2001)
Sou muito fã. Se tiver que indicar algo, eu indico tudo dele, a discografia inteira. Eu escolhi o Room From Squares por causa da faixa “Why Georgia”, já que na primeira vez que eu ouvi, quando entrou no refrão, eu pensei “nossa, que refrão lindo!”.
Um disco repleto de estruturas e melodias lindas. O disco tem esse lado mais pop, mas também uma coisa mais sofisticada. O som do violão dele, as escolhas de melodias, eu acho tudo muito foda.
The Bad Plus – These Are The Vistas (2003)
É um jazz com uma sonoridade “estragada”, muito avant-gard, torta, mas muito incrível. Os caras saem do espaço seguro de composição, daquele modo de sempre de improvisar. É um grupo muito mais solto nesse sentido, de tocar abertamente e uma vez: o que aconteceu, aconteceu. Já assisti ao show da The Bad Plus três vezes e é uma experiência bem difícil de descrever, eles levam o lance para outro nível mesmo. É uma conexão artística que eles tem muito forte, joga para um lugar que ás vezes é muito desconfortável, justamente para te tirar desse espaço seguro. É muito especial.