Amplifica #4 - jennylee, Nasum e Converge

Amplifica fala sobre o projeto solo de Jenny Lee do Warpaint; o som dilacerante do Converge com Jane Doe e o primeiro disco do Nasum, Inhale/Exhale.

jennylee, Converge e Nasum

O Amplifica chega em sua quarta edição trazendo o projeto solo da baixista do Warpaint, Jenny Lee Lindberg; o primeiro disco da banda sueca Nasum, Inhale/Exhale e, por último, o som dilacerante do quarto disco do Converge, Jane Doe.

Caso tenha perdido alguma edição anterior dessa coluna, clique aqui para conferir! O objetivo do Amplifica é apresentar e relembrar discos dos mais diversos gêneros e localidades. Logo abaixo apresentações resumidas sobre as bandas e os respectivos discos, além dos links para ouvir cada um:

 

jennylee (Estados Unidos – California)
Disco: Right on!
Ano: 2015
Gravadora: Rough Trade
Jenny Lee
Créditos: Jan-Willem Dikkers / Issue Magazine

Trata-se do primeiro disco solo da baixista Jenny Lee Lindberg, do incrível Warpaint. O álbum é uma espécie de exercício de liberdade e de criatividade, absorvendo influências diretas de bandas post-punk e new wave, como Siouxsie and the Banshees, Joy Division e The Cure. Em um ponto, a sonoridade um tanto claustrofóbica desse projeto se diferencia das paisagens abertas construídas pelo Warpaint. De uma forma geral, entretanto, as similaridades são maiores que as diferenças, contando, inclusive, com a participação da baterista Stella Mozgawa (Warpaint) em algumas faixas. O baixo pesado e marcante, em conjunto com a percussividade das músicas, são elementos que se presentificam por quase todos os momentos de Right on!. Além disso, o álbum é bastante dançante, mesmo que isso seja proposto através de uma forma especial. Para ouvir com os amigos mais próximos.

Para quem gosta de: Blonde Redhead, Public Image Ltd., Siouxsie and the Banshees

Nasum (Suécia – Örebro)
Disco: Inhale/Exhale
Ano: 1998
Gravadora: Relapse Records
Nasum
Créditos: Nasum.com

A Suécia é um país conhecido por suas ótimas bandas de rock e o Nasum é um dos acontecimentos que ajudam a tornar essa reputação um fato quase indubitável. Formada no início dos anos 90, a biografia do grupo é marcada por uma infelicidade: o falecimento do líder da banda, Mieszko Talarczyk, morto durante o tsunami que atingiu, entre outros países, a Tailândia. Em Inhale/Exhale o músico foi o responsável pela gravação da guitarra, baixo e voz do disco, que é o primeiro do grupo, apesar da banda ter sido criada em 1922. Mais do que ajudar a definir um gênero (o grindcore), o Nasum deixou uma herança importante para todos aqueles interessados em experimentar as possibilidades da música em suas modalidades mais caóticas. As imagens pós-apocalípticas da capa do álbum, com pessoas usando máscaras sob o pano de fundo de tonalidades que representam o excesso de poluição e a escassez da natureza, são transformadas em 38 músicas, completando 45 minutos. Em meio aos destroços deixado por riffs sujos e infernais acompanhados pelos famosos blast beats do grindcore, o Nasum ainda deixa um espaço para grooves. Para ouvir na apreensão entre tentar desarmar uma bomba ou fugir dela.

Para quem gosta de: Napalm Death, Brutal Truth, Nails

Converge (Estados Unidos – Massachusetts)
Disco: Jane Doe
Ano: 2001
Gravadora: Equal Vision
Converge
Créditos: Divulgação / Facebook

Há quem diga que o Converge é o Black Flag da geração atual, em termos de impacto musical. Exageros ou não, o fato é que o grupo possui grande influência não só por sua sonoridade, mas também pelo modo de pensar a música. Os membros da banda são diretamente envolvidos em produções, administrações de gravadoras, trabalhos artísticos e outras atividades de bastidores. A Deathwish Inc., por exemplo, foi fundada por Jacob Bannon, responsável pelos gritos viscerais do grupo. A banda é um coquetel explosivo dos gêneros mais pesados e velozes: crust, grind, hardcore, punk, stoner, post-metal, entre outros. Um dos maiores méritos do grupo é conseguir se afastar dos lugares mais comuns do cruzamento entre hardcore e metal, criando em Jane Doe uma obra agressiva e pungente. A demonstração de talento técnico não soa gratuita, mas fazem parte da tentativa de empurrar o som para além dos limites tradicionais. Para ouvir em uma avalanche.

Para quem gosta de: Disrupt, Mutoid Man, The Dillinger Escape Plan