Dançantes e nostálgicos, veteranos do Duran Duran fazem show confiante no Lollapalooza

“Boa tarde, brasileiros”. Foi assim que Simon Le Bon cumprimentou a multidão que esperava ansiosamente o show do Duran Duran no Palco Onix.

Olhando por cima, o Duran Duran com certeza foi uma das escolhas mais curiosas para o lineup do Lollapalooza 2017. Conhecidos pelo estilo extravagante e pelo som dançante da era disco dos anos 80, a banda não tem muitas conexões com as dezenas de grupos relacionados à cena indie e ao rock, que são a marca registrada do festival.

Sendo uma das únicas bandas com mais de trinta anos de carreira a se apresentar no Lolla, era de se esperar que a banda esbanjasse confiança e experiência, e foi exatamente isso que o público do Palco Onix recebeu.

Tudo sobre a apresentação da banda foi incrível: a presença de palco, tanto do frontman como de suas backing vocals; a escolha do setlist, que foi muito bem variado e cheio de hits; e o público, que estava presente em peso e que vibrava com todas as músicas do grupo. Os clássicos da banda, em especial, recebiam coros, palmas e ainda vocalizações por parte da plateia, que parecia amar cada momento da apresentação.

Mas um dos momentos mais icônicos do show foi quando a banda chamou a cantora brasileira Céu para um lindo dueto de “Ordinary World”, um dos grandes hits do grupo. “Ela é incrível, ela é linda, ela é brasileira e cara, como ela canta bem”, completou Simon no fim da performance.

O mais legal é que o Duran Duran não teve medo nenhum de parecer brega. Desde os figurinos dos músicos até os efeitos expostos no telão atrás deles poderiam ser taxados de “datados” pelos mais chatos, mas felizmente ninguém pareceu se importar. A sinergia da banda e a confiança dos membros foi contagiante demais e acabou criando um clima muito gostoso, servindo também para criar uma conexão entre os públicos das mais diversas idades na audiência do Lollapalooza, que costuma focar, geralmente, na galera mais jovem.