Em 1999 o Rage Against The Machine lançou seu terceiro e último disco de músicas próprias, The Battle Of Los Angeles, já que seu próximo trabalho seria o álbum Renegades (2000), apenas com covers.
De lá pra cá a banda encerrou as atividades, voltou para shows esporádicos e nunca mais disponibilizou novas canções, o que é um tanto quanto frustrante considerando que os tempos de hoje cairiam como uma luva para as letras do Rage.
Já que não temos novos trabalhos, vamos celebrar a última vez em que a banda nos brindou com suas canções originais e relembrar sete detalhes que podem ter passado batido por aí em relação a The Battle Of Los Angeles.
Divirta-se!
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Topo da Billboard
Eram outros tempos, caros amigos, e um disco de rock, protesto e com uma carga política enorme era capaz de chegar ao topo da Billboard.
The Battle Of Los Angeles o fez ao vender 420 mil cópias na primeira semana de lançamento, número que hoje é inimaginável para qualquer banda do gênero e que, mesmo pelos artistas pop, é difícil de ser alcançado por conta de downloads e streaming.
Um fato interessante é que com esses números, o Rage tirou Mariah Carey do topo, que ficou na segunda posição com seu então novo álbum, Rainbow, que vendeu 323 mil cópias na primeira semana. Em Dezembro, o então novo disco do KoRn, Issues, também chegou ao topo das paradas.
Versões em games
“Guerilla Radio”, single do disco, apareceu no game Tony Hawk’s Pro Skater 2, mas na versão do Nintendo 64 a música foi bastante editada e cortada, o que também aconteceu quando o som apareceu no jogo de futebol americano Madden NFL 10.
https://www.youtube.com/watch?v=H0kJLW2EwMg
Listas de final de ano
Nas famigeradas listas de final de ano, The Battle Of Los Angeles apareceu muitíssimo bem colocado e alcançou o topo tanto da revista Rolling Stone, especializada em música, quanto da revista TIME, que fala sobre diversos assuntos e reconheceu a qualidade e importância do álbum.
Michael Moore previu a eleição de Donald Trump com a banda
Quase 20 anos antes da eleição de Donald Trump, ela já foi prevista pela banda, que entendia que eventualmente os Estados Unidos voltariam a eleger uma figura poderosa e rica da televisão, como já aconteceu no passado.
O clipe de “Sleep Now In The Fire” foi dirigido por Michael Moore, responsável por documentários icônicos como Tiros em Columbine, e gravado bem no centro da principal região de Nova York para a economia americana, Wall Street.
De forma histórica, a apresentação do Rage Against The Machine em frente à Bolsa de Nova York fez com que as atividades por lá fossem interrompidas.
A cena com o cartaz de Donald Trump aparece por volta de 1 minuto no vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=w211KOQ5BMI
“Testify”
O clipe de “Testify”, música que abriu o show da banda no SWU 2010 aqui no Brasil de forma histórica (veja abaixo), também foi dirigido por Michael Moore.
Nele, a banda e o diretor mostram que pensam que os então dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, George W. Bush e Al Gore, mesmo estando nos lados opostos da moeda da política norte-americana, representavam exatamente a mesma coisa.
Arte de capa
A icônica arte de capa do disco foi criada por um artista de Los Angeles conhecido pelos nomes de LA Street Phantom, Joey Krebs e Joel Jaramillo, que já exibiu suas obras em diversas galerias dos Estados Unidos e fazia intervenções na cidade da Califórnia ao estilo de Banksy.
Voice Of The Voiceless
Uma das canções do disco é “Voice Of The Voiceless”, que fala sobre Mumia Abu-Jamal.
O ativista e jornalista negro foi preso em 1981 após o assassinato de um policial que estaria fazendo uma “abordagem de rotina” e pediu para que o carro que conduzia William Cook, irmão de Abu-Jamal, parasse no acostamento.
Após a abordagem os dois começaram a brigar e Mumia estava próximo, dentro de seu táxi, já que trabalhava como taxista durante alguns dias da semana para complementar a renda, tendo se dirigido então ao local.
O policial acabou baleado por trás e o personagem da música do RATM foi baleado por ele na barriga, e quando a polícia chegou, encontrou o oficial morto e Mumia no chão, ao lado de uma arma que possuía, logo o prendendo sob acusação de assassinato.
O cara foi condenado à pena de morte e passou os 30 anos seguintes lutando contra a decisão, considerada injusta por muita gente incluindo músicos, artistas e figuras públicas.
Em 2011 a sentença passou de pena de morte para prisão perpétua, e o ativista continua preso.