Entrevista por Nathália Pandeló Corrêa
Foto do Fall Out Boy via Shutterstock
O Fall Out Boy se prepara para lançar seu sétimo disco em 15 de setembro. Com o álbum apenas parcialmente concluído, é difícil saber para qual sonoridade a banda vai caminhar neste próximo trabalho. Enquanto o novo single, “Young and Menace”, serve como uma pista que leva a um caminho inesperado, ele não representa o que M A N I A será. Pelo menos é o que conta o baixista Pete Wentz, com quem conversamos por telefone sobre o atual momento da banda e as surpresas que vêm por aí, já na expectativa para o show no Rock in Rio.
Confira nosso papo abaixo!
TMDQA!: Oi Pete! Que ótimo podermos conversar com você nesse momento de novidades do Fall Out Boy. Queria falar logo dessa nova sonoridade que vocês trouxeram no single. Por um lado, a gente vê uma volta com força do pop punk e bandas como Panic! At The Disco e Blink 182 retornando com tudo. Mas por outro… Vocês nunca foram embora, seguiram em frente nesses últimos discos até um ponto em que se sentem mais confortáveis para explorar outras possibilidades, certo? Ou seja, tem toda uma nostalgia musical acontecendo dentro de um gênero muito relacionado à música de vocês, porém a banda parece estar olhando em outra direção, indo por um caminho mais pop e chegando ao dubstep com esse último lançamento. Quer dizer, é bem diferente da música pela qual vocês ficaram conhecidos. Como você vê esse momento em que vocês estão agora, em comparação com quando começaram?
Pete Wentz: Como banda, nós sempre tentamos… (Pausa) Acho que sempre buscamos fazer algo diferente. Nos nossos últimos lançamentos, divulgamos algo que era bem à parte do disco anterior. Então eu diria que “Young and Menace” é uma separação ainda maior do que fizemos antes, mas é isso. Nós somos uma banda que gosta de cultura pop e que quer fazer parte da cultura pop. Essa é a nossa forma de estarmos presentes na cabeça das pessoas, de fazermos parte das conversas e do debate.
TMQDA!: Então vamos debater essas novidades. Você comparou o M A N I A a uma onda destruidora, um monstro transformador. Julgando por “Young and Menace”, você não estava brincando mesmo! (Risos) Mas vocês devem estar planejando outras surpresas até que o disco realmente saia, em setembro, então basicamente o que eu quero saber é: você pode entregar pelo menos um pouco pra preparar nossos corações e almas pra essa onda forte que está vindo aí, como você mesmo definiu?
Pete: (Risos) Olha… (Pausa) Eu acho que o álbum vai ser uma grande mudança no nosso som, como eu comentei com você. Realmente é algo que nós leva um passo além. Se focarmos em “Young and Menace”, dá pra dizer que ela é a música mais louca, mais diferente do disco, ao mesmo tempo em que faz parte do todo, sabe? Então ela entrega um pouco do que vem por aí, mas não tudo (risos).
TMDQA!: Bom, enquanto esse momento não chega… Não é nenhuma novidade que vocês estão em todos os lugares, inclusive em eventos tipo jogos de baseball ou de futebol americano. É um nível de estrelato muito grande, no bom sentido. Mas olhando o modo como as coisas funcionam, você acha que esse tipo de exposição massiva é o que mantém “a bola rolando”, as coisas acontecendo pros astros do pop e do rock? Ou será que dá pra contar que os fãs simplesmente vão onde a música está?
Pete: Acho que as pessoas vão onde a música está. Adoramos participar de eventos assim, e como uma banda, nós precisamos nos infiltrar em espaços de cultura de massa quando possível, tocar em estádios e chegar a quantas pessoas conseguirmos. O importante é encontrarmos novos espaços para nos infiltrarmos pelas rachaduras e chegarmos às pessoas.
TMDQA!: Você falou recentemente sobre como o hip hop se transformou nessa força motriz e inovadora dentro da música – algo que as pessoas associavam muito ao rock. E também comentou a constante esperança de que o “próximo Nirvana” chegue a qualquer momento. Você tem uma perspectiva interessante, porque está tanto numa banda como num selo, o DCD2 [anteriormente chamado Decaydance e responsável por revelar Panic! At The Disco, Gym Class Heroes, Four Year Strong]. Desse ponto de vista, você não acha que há motivos pra ser otimista quanto ao surgimento de novos caminhos, novas abordagens, novos sons?
Pete: Com certeza! Agora a música está em todo lugar e ela é mais parte da nossa realidade do que nunca. É graças a ela que um menino no Rio e outro na Rússia podem ouvir as mesmas músicas e podem interagir entre si, e isso é muito empolgante. Também tem o outro lado, de que há ruído demais, muitos sons ao fundo, e é impossível absorvermos tudo. Mas tem tantas coisas ótimas surgindo na música que é difícil não ser otimista.
TMDQA!: Certo! Ainda dentro desse tópico de novos caminhos, o que vocês estão planejando para a próxima turnê? Vi que já estão começando a anunciar algumas datas nos Estados Unidos e no Canadá. Como vai ficar o show com essas novas canções e os hits mais antigos, que têm uma identidade um tanto diferente? Ah, e o mais importante: algum plano especial para o Rock in Rio?
Pete: Vamos começar a promover o disco, M A N I A, então com certeza vamos mostrar as novas músicas, elas vão ser uma boa parte do repertório. Mas no Rock in Rio, vamos estar nos apresentando num festival, e temos noção que nem todo mundo estará lá para ouvir o Fall Out Boy. Então vamos acrescentar muitas canções que o público pode reconhecer, estamos empolgados!
TMDQA: E só pra terminar, Pete! O nome do nosso site tem muito a ver com a nossa relação próxima com a música e o que ela significa pra gente. Queria saber o que você tem ouvido de bom ultimamente e que tem te cativado!
Pete: Tem um novo garoto de Boston que eu tenho ouvido bastante, acho que o nome é nothing, nowhere. Ele é bem bom! E o que mais? Ah, naquela entrevista em que eu falei sobre o Nirvana, eu estava comentando sobre o Jaden Smith. As coisas que ele faz no rap são incríveis. Eu realmente acho que ele é muito bom, as pessoas deveriam ouvir.
TMDQA: Ok, Pete! Muito obrigada pelo seu tempo e pelas dicas. Esperamos vocês no Brasil.
Pete: Nos vemos aí!