O rapper Emicida recentemente deu uma entrevista ao G1, onde comentou sobre sua carreira, parcerias e muitos outros assuntos.
Um deles foi a polêmica do novo clipe da cantora Mallu Magalhães, que foi questionado por muita gente por supostamente apresentar um conteúdo que possa ser considerado racista.
Desde então, a cantora já publicou um pedido de desculpas, se esclarecendo e entrando em detalhes sobre as decisões que tomou sobre o trabalho. Mas o assunto ainda está gerando muita discussão entre fãs e artistas.
Ao ser questionado sobre os possíveis problemas com o vídeo, o rapper esclareceu que não gostaria de participar da discussão, mas afirmou não ver muito problema com o resultado, oferecendo um ponto de vista diferente sobre o modo com o qual o assunto foi abordado:
As pessoas precisam permitir que os corpos pretos sejam livres. Se a gente tivesse um corpo de baile branco ali, e os bailarinos pretos desempregados, iríamos levantar esse questionamento?
Ele ainda acrescentou:
Acho que há uma mania, às vezes, de salvar quem não está pedindo socorro. Você se coloca numa posição de dizer: ‘Esses bailarinos são ignorantes, não gostam de ser pretos, são cegos para sua autoestima’. Uma terceira pessoa está dizendo para eles que eles estão sendo usados.
A gente tem problemas mais sérios do que esse. Entendo que isso é o que dá uns ‘likes’ na internet. Mas eu não tenho vontade nenhuma de participar da discussão.
Por fim, sobre o assunto de apropriação cultural, o rapper completou:
Como criador, eu me aproprio de várias culturas. Não quero que ninguém venha me dizer que eu não tenho direito de usar um nome japonês na minha coleção de moda.