Música

Eddie Vedder fala sobre a morte de Chris Cornell pela primeira vez

Em show na Europa, Eddie Vedder diz que Chris Cornell era como um irmão mais velho e que irá amá-lo para sempre. Leia declaração de vocalista do Pearl Jam.

Eddie Vedder e Chris Cornell
Foto: Reprodução/YouTube

Desde que Chris Cornell nos deixou no último dia 18 de Maio, muita gente se questionou sobre por que Eddie Vedder, grande amigo do músico, ainda não havia se pronunciado a respeito.

O vocalista do Pearl Jam chegou a fazer várias menções ao músico do Soundgarden sem mencioná-lo diretamente no primeiro show de uma turnê pela Europa, e agora isso mudou, também na sua atual turnê solo.

Apesar de não ter dado uma declaração oficial a respeito para a imprensa, ontem ànoite Eddie Vedder se apresentou em Londres e por lá falou com a plateia sobre a perda do amigo.

O site Alternative Nation publicou uma transcrição da declaração, e você pode ler logo abaixo.

Tem sido difícil para me concentrar esses dias. Eu estava pensando na história desse prédio e na história de Bowie. Então comecei a pensar sobre isso e minha mente começou a viajar.

Então, eu não tenho falado sobre algumas coisas e eu meio que… agora parece conspícuo porque eu perdi um amigo muito próximo, alguém que… [aplausos]

Vou dizer isso também, eu cresci em uma família de quatro irmãos e eu perdi meu irmão há dois anos de forma trágica em um acidente e após esse episódio e após perder outras pessoas, eu não sou bom com essas coisas, o que significa que eu não tenho aceitado a realidade, e é assim que estou lidando com isso. [mais aplausos]

Não, não, não, não.

Então eu quero estar lá pela família, estar lá pela comunidade, estar lá pelos meus irmãos na minha banda, certamente pelos irmãos em sua banda. Mas essas coisas levarão tempo, e meu amigo se foi para sempre, e eu terei que…

Essas coisas levam tempo e eu queria falar isso para todo mundo que foi afetado por isso e todos eles em casa e aqui apreciam muito o apoio e os bons pensamentos de um homem que era… sabe, ele não era só um amigo, ele era alguém que eu via como um irmão mais velho.

Dois dias depois da notícia, eu acho que foi na segunda noite, nós estávamos dormindo nessa pequena cabana perto da água, um lugar que ele iria amar. E todas essas lembranças começaram a aparecer na minha cabeça à 1:30 da manhã e me acordaram. Lembranças enormes, lembranças sobre as quais eu pensava toda hora. Como se as lembranças fossem grandes músculos.

E aí eu não conseguia parar as lembranças. Tentar dormir era como se os vizinhos tocassem música alta e você não conseguisse parar. Mas de repente ficou tudo bem porque tudo se transformou em pequenas lembranças. E continuou, continuou. E eu percebi como tinha sorte de ter horas de… sabe, cada lembrança era rápida, mas ainda assim eu tinha horas de lembranças na minha mente. Quão sortudo eu sou? E eu não queria ficar triste, queria ficar agradecido, e não triste. Ainda estou pensando nessas lembranças e irei viver com essas lembranças no meu coração e eu irei… amá-lo para sempre. [aplausos de pé]