Em sua edição de Junho, que tem o escritor Raduan Nassar de capa, a revista Cult traz a bela história de um garoto indígena que está lançando um disco de rap.
Werá Jeguaka Mirim tem só 16 anos, vive na aldeia Krukutu, em São Paulo, e adotou o nome artístico Kunumi MC, que significa jovem, em guarani. O álbum que ele lançou no início do mês é intitulado My Blood is Red.
Polêmica na Copa
Kunumi já havia aparecido na mídia há 3 anos, quando estendeu uma faixa pedindo a demarcação de terras indígenas na abertura da Copa do Mundo no Brasil. O ato foi ignorado pela transmissão televisiva.
Apesar disso, o garoto seguiu com o discurso político, que agora está presente nas letras do rap que faz. O disco fala sobre direitos dos indígenas, preservação da natureza e a importância da educação nas aldeias. As composições misturam português e guarani.
Ao repórter Paulo Henrique Pompermaier, Kunumi MC disse que se inspira em Sabotage, SNJ e Brô MC’s. E ele não é o único da aldeia.
Tem vários indígenas com talento, mas que não usam porque não têm a escrita na mente. É muito importante ter literatura na aldeia, porque vivemos no século XXI e ler e escrever é importante para entender o genocídio que aconteceu no passado e ainda acontece.
Kunumi já tem até uma composição com o rapper Criolo, chamada “Terra, Ar, Mar”, que ainda não foi lançada.
Mais do trabalho do jovem índio pode ser encontrado na página dele no Facebook.
https://www.youtube.com/watch?v=59naQKUKMRY