Música

AirBnb, política e Motörhead: Dave Grohl explica disco do Foo Fighters

Em entrevista para a Rolling Stone, Dave Grohl falou sobre processo de gravação do novo disco do Foo Fighters, "Concrete and Gold", que sai em Setembro.

Foo Fighters em 2017
Foto: Facebook/Divulgação

O Foo Fighters está de volta, e muita gente achou que seu novo disco demoraria muito mais tempo para sair do que os três anos desde Sonic Highways, lançado em 2014.

E isso não era chute ou superstição: a própria banda havia anunciado que daria um tempo para se dedicar a outros projetos, e depois que Dave Grohl quebrou a perna em um show na Suécia e precisou de um tempo para se reabilitar, todo mundo entendeu que as coisas realmente aconteceriam em um ritmo diferenciado.

Acontece que há poucos dias fomos surpreendidos com o anúncio de Concrete And Gold, nono álbum da carreira do Foo Fighters, que tem data de lançamento marcada para 15 de Setembro e já foi amplamente divulgado com seu primeiro single, “Run”, que ganhou um clipe sensacional.

Em entrevista para a Rolling Stone, Dave Grohl explicou que prometeu a si mesmo e aos seus colegas de banda que ficaria um ano sem tocar em um instrumento musical, porque precisava se recuperar fisicamente e também quanto ao seu pensamento em relação à música, mas isso não aconteceu.

Foram seis meses desde anunciar a “pausa pessoal” até o dia em que escreveu “Run”, e esse período foi influenciado pelos mais diversos elementos, desde a fisioterapia pela qual ele passou para recuperar a perna (duas ou três horas por dia, durante um ano) até a política dos Estados Unidos.

Para compor as letras, ele alugou um AirBnb em Ojai, na Califórnia, e explicou:

Levei uma caixa de vinho e fiquei lá de cueca com um microfone por cerca de cinco dias, apenas compondo. Aconteceu em um momento perfeito. Eu me inspirei no que acontecia com o nosso país – politicamente, pessoalmente, como pai, Americano e músico. Havia muita coisa para se escrever a respeito.

O resultado é que músicas como “The Sky Is a Neighborhood”, por exemplo, falam sobre uma noite de insônia com as preocupações sobre o planeta em mente. Já “T-Shirt” mostra uma visão escapista sobre como Grohl quer “cantar junto e fingir que nada está errado”.

Ao falar sobre o processo de gravação do disco, ele se lembrou dos dois últimos da banda: Wasting Light (2011) foi registrado todo na garagem de sua casa, enquanto Sonic Highways veio acompanhado de um documentário, teve cada uma das oito canções gravadas em oito cidades dos EUA e passou longe de ser um processo “comum”:

Os últimos dois álbuns foram feitos de maneiras em que estávamos tentando sair da nossa zona de conforto. Eu pensei, ‘Qual é a coisa mais estranha para essa banda fazer nessa altura da carreira?’ E aí eu percebi que era entrar em estúdio e gravar uma porra de um álbum como uma banda normal.

Greg Kurstin

Outro ponto abordado na entrevista é sobre o produtor Greg Kurstin, conhecido pelo trabalho com nomes do pop como Adele.

Após tê-lo elogiado bastante em outra ocasião, ele falou que gosta muito do trabalho de Greg na banda The Bird And The Bee, e mandou:

Eu pensei, OK, eu consigo resolver as partes pesadas das músicas. Se ele conseguir colocar o toque do The Bird and the Bee nesses riffs grandiosos, então faremos o disco que eu sempre quis fazer, por causa do amor pelas rádios AM dos anos 70 e o amor de uma banda como Motörhead.

Ao comentar vários boatos que surgiram recentemente por conta do disco ser gravado em um estúdio onde celebridades do pop passam o dia todo, Grohl garantiu que “nem Adele ou Taylor Swift” participaram do disco, mas Shawn Stockman, do Boyz II Men, participou, assim como Alison Mosshart (The Kills), Inara George (The Bird And The Bee) e Dave Koz.

Por fim, Dave disse que gostaria de fazer uma segunda temporada de Sonic Highways “um dia, quando tiver tempo”, e deixou claro que a ideia agora é excursionar pelo mundo e aproveitar que ele pode andar novamente por conta própria, sem precisar de um trono para seus shows.