O mundo está dando adeus a uma lenda: aos 91 anos de idade, morreu Hugh Hefner, fundador da Revista Playboy.
Uma declaração oficial da própria Playboy afirmou que o norte-americano faleceu na quarta-feira em decorrência de causas naturais enquanto se encontrava na sua casa, a lendária Mansão da Playboy.
Foi em Dezembro de 1953 que Hefner iniciou o projeto ousado que se tornaria um dos nomes mais conhecidos do planeta. Com um empréstimo de 1.000 dólares de sua mãe e mais 7.000 de 44 investidores, Hugh fundou a revista que trazia modelos nuas e foi parte influente na revolução sexual entre os anos 60 e 80. Tudo isso após sair da revista Esquire em 1952 por não ter recebido um aumento de 5 dólares no salário.
Além de ter ficado conhecida por isso, porém, a revista ainda tinha como objetivo misturar suas modelos com cultura, e trouxe entrevistas históricas com nomes como The Beatles, Miles Davis, Malcolm X, Martin Luther King e Stanley Kubrick.
Outros pontos interessantes da revista eram os textos de nomes que se consagraram como Arthur C. Clarke, Ian Fleming e Chuck Palahniuk, e as obras de cartunistas como Harvey Kurtzman, Jack Cole e Eldon Dedini.
A ligação da revista com o Rock And Roll era muito próxima, e durante um tempo, uma vez por ano em Março, a Playboy publicava um editorial chamado “Rock the Rabbit”, com fotos de bandas e artistas clicadas pelo lendário Mick Rock.
Participaram do quadro nomes como Iggy Pop, Duran Duran e The Killers. A partir dos ensaios, camisetas eram criadas com designs ligados aos músicos.
Outra contribuição de Hugh que muita gente não conhece aconteceu com a Playboy Productions: foi com a produtora que ele produziu o primeiro filme da trupe de comédia Monty Python, “And Now For Something Completely Different”, bem como “Macbeth”, de Roman Polanski.
Na declaração para a imprensa sobre sua morte, a Playboy relembrou outros fatos marcantes do cara:
Quando os correios dos EUA se recusaram a entregar a Playboy para seus assinantes, ele lutou até na Suprema Corte, vencendo uma batalha histórica que foi considerada como uma grande vitória para a liberdade de expressão. Ele lutou contras as arcaicas ‘leis de sodomia’ do país, acreditando de forma firme que o governo não tinha que se intrometer nos quartos dos americanos. Seu trabalho nessa área foi reconhecido como influente por historiadores dos movimentos pelos direitos dos gays.
Em 1980 o Sr. Hefner patrocinou a reconstrução do icônico símbolo de Hollywood e foi honrado com uma estrela na Calçada da Fama por seus esforços. Às sombras do símbolo que ele ajudou a preservar, o Sr. Hefner organiza o Playboy Jazz Festival anualmente no Hollywood Bowl, um evento que já está no seu trigésimo nono ano.
Por fim, vale sempre lembrar do clipe de “Beverly Hills”, um dos maiores hits do Weezer, que teve seu clipe gravado todinho na Playboy Mansion e conta com a participação do próprio Hugh Hefner.
Que descanse em paz.