Entrevistas

Discos, amigos, carreira: Lukão (Scalene) entrevistou o Fall Out Boy no Rock In Rio

A convite do TMDQA!, o baixista da banda brasileira Scalene conversou com Patrick Stump e Joe Trohman, do Fall Out Boy. Veja como foi.

Patrick Stump, do Fall Out Boy, no Rock In Rio
Foto por Lucas Dumphreys

No último Rock In Rio nós tivemos oportunidades de realizar entrevistas com alguns artistas da escalação internacional e pensamos que a experiência seria muito mais legal para todos os envolvidos se quem os entrevistassem fossem artistas nacionais que admiramos.

Foi assim com a Larissa Conforto, baterista da Ventre que entrevistou uma de suas maiores influências, José Pasillas do Incubus, e agora também revelamos que foi assim com Lucas Furtado, o Lukão do Scalene, que bateu um papo com o Fall Out Boy.

O músico de Brasília conversou com o vocalista Patrick Stump e o guitarrista Joe Trohman, até contou algo que eles não sabiam a respeito da escalação no Rock In Rio e você pode ler tudo isso logo abaixo.

Divirta-se!

 

Entrevista

Lukão do Scalene com o Fall Out Boy

Na minha profissão existem momentos incríveis em que posso realizar o sonho de estar em lugares que sempre quis ou conhecer pessoas que foram importantes pra mim artisticamente. Nesse dia pude fazer as duas coisas praticamente ao mesmo tempo!

Uma hora antes de subir no Palco Mundo do Rock in Rio tive a oportunidade de entrevistar o Patrick Stump e o Joe Trohman do Fall Out Boy, uma das bandas mais importantes pra mim na época em que estava começando a pensar em ter uma banda pra curtir com meus amigos. Agora posso dizer que dividi o palco com eles e ainda trocamos uma ideia bem maneira sobre música, que você pode conferir a seguir.

 

Lukão: Vocês vieram ao Brasil em 2006 e em 2014, quando estavam em duas fases bem diferentes da carreira. Como vocês se enxergam em 2017 comparado a esses shows e como é tocar no Rock in Rio?

Patrick Stump: Pois é, o Rock in Rio é uma parada muito lendária. É muito diferente. A gente ainda não tocou mas eu já sei que vai ser uma experiência diferente. A gente tocou em um festival da primeira vez que veio [SP Mix], mas vai ser uma vibe diferente. Agora a banda já está aí há tempo o suficiente pra nos sentirmos um pouco confortáveis com a situação, mas nós nunca fizemos isso antes, então rola um tipo de ansiedade.

Lukão: Pois é! Minha banda também sente isso. Nós tocamos no Lollapalooza Brasil em 2015 mas o Rock In Rio é totalmente diferente.

Patrick Stump: Sim! O Rock In Rio é totalmente lendário.

Lukão: Felizmente, para os fãs, houve uma mudança de line-up e vocês foram chamados para tocar. Como foi o convite e quando vocês decidiram aceitá-lo?

Patrick Stump: (Olha de forma confusa para Joe Trohman)

Lukão: Vocês não sabiam disso?
Patrick Stump: Não! (Risos). Assim que recebemos o convite nós aceitamos. É uma daquelas coisas… É o Rock in Rio! Vamos nessa! Não dá pra dizer não.

Lukão: Bom, já que vocês não sabem, acho que eu devo contar: o Billy Idol estava escalado
pra tocar nesse dia, mas logo após o anúncio teve que cancelar.
Patrick Stump: Wow! Obrigado, Billy (risos).
Lukão: (risos) É, eu também fiquei feliz com a mudança.

Lukão: No início do ano vocês anunciaram um novo álbum, lançaram duas músicas desse
disco e depois adiaram o lançamento do álbum para 2018. Como está sendo esse processo e por que vocês sentiram que deveriam adiar o lançamento de “Mania”?

Patrick Stump: É engraçado. É tipo esperar na fila. Nós sabíamos que ainda não estava totalmente pronto e agora está basicamente finalizado mas, depois que você decide mudar a data de lançamento, a gravadora e todas as questões legais fazem com que a data seja jogada lá pra frente.
Lukao: É como se toda uma cadeia de burocracia tivesse que rolar pra isso acontecer.
Patrick Stump: Exato! A verdade é que simplesmente não estava pronto. Não era exatamente o que nós amávamos. Todos nós estávamos gostando mas estava “OK”, e esse era o problema, não estava maravilhoso. Você não deve lançar algo se não está satisfeito.

Lukão: Especialmente nessa época em que muitas vezes você não tem mais a chance de fazer um álbum inteiro…
Patrick Stump: É, qual a razão de lançar um álbum se você não liga para TODAS as músicas? E eu acho que nós quatro queríamos ter algo um pouco mais… não sei, algo que gostássemos mais. E aí acabou levando mais tempo. Nós também tivemos um pouco de dificuldade para encontrar um produtor que entendesse bem o que queríamos fazer. Nós somos uma banda meio engraçada que é uma banda de rock mas também é uma banda pop, e alguns produtores olhavam pra gente e só queriam fazer pop, pop, pop.

Lukão: É dificil achar alguém que saiba trabalhar “no meio do caminho”, né?
Patrick Stump: É, exatamente. É difícil achar esse equilíbrio.

Lukão: Nos últimos anos tem rolado uma volta do Pop/Punk e hoje em dia há várias bandas fazendo ótimos discos no underground e também existe um retorno da cena emo. Vocês sentem que o Fall Out Boy ainda é influenciado por esse gênero depois das experiências que tiveram com a música pop nos últimos discos?

Patrick Stump: Não sei bem. Nós definitivamente saímos dessa cena em algum momento e eu estaria mentindo se eu disser que nos mantemos atualizados de tudo que está rolando nessas cenas. Todo mundo cresce e encara mudanças. Ainda existem aqueles discos que significaram muito pra mim quando eu tinha 18 anos e nós estávamos compondo Take This To Your Grave, mas hoje eu estou ouvindo coisas que o Patrick de 18 anos jamais imaginaria (risos). É legal, mas sempre tem um ciclo de música pra onde a gente volta.

Lukão: Como um fã e como um colega músico eu consigo me relacionar com isso (risos). Eu ficaria muito puto se em 2017 vocês estivessem lançando álbuns iguais ao do início da carreira (risos).
Patrick Stump: É, isso rola com a gente também, especialmente porque tivemos a sorte de ter alguns discos que tocaram muita gente e isso é incrível! E eu respeito demais isso pra tipo, tentar ficar copiando (esses discos). Seria muito fácil pra gente refazer essas músicas e isso seria desrespeitoso com esses discos e com seu público. Seria como dizer: “ah, tanto faz, você vai comprar isso…”

Lukão: É desrespeitoso até com você mesmo, porque você cresceu como músico também!
Patrick Stump: Totalmente!

Lukão: Nosso site se chama “Tenho Mais Discos Que Amigos”. Vocês têm mais discos que amigos? E quais são os discos que vocês escutam quando estão passando por momentos bons e ruins na vida?

Patrick Stump: (risos) Sem dúvidas eu tenho mais discos que amigos! Hmmm, eu tenho um disco do Herbie Hancock que quando eu era pequeno meu pai também tinha e eu adorava porque a capa era muito estranha e quando eu ouvi foi incrível pra mim porque eu tinha 8 anos de idade. E é legal pra mim porque agora meu filho gosta desse disco porque ele é tão estranho. Esse disco é um bom amigo meu (risos), Head Hunters do Herbie Hancock.

Herbie Hancock - Head Hunters

Lukão: Você que adicionar algum, Joe?
Joe Trohman: É, eu posso adicionar qualquer coisa! Não sei. Eu escuto muito o Songs for the Deaf do Queens of the Stone Age! Eu sempre volto e escuto esse.

Lukão: (risos) Aqui no site a gente ama Queens os the Stone Age!
Joe Trohman: (risos) Muita gente gosta deles, esse é meu álbum favorito deles!

M A N I A

O novo disco de estúdio do Fall Out Boy, M A N I A, será lançado em 19 de Janeiro de 2018 e foi produzido por Jesse Shatkin (Linkin Park, Rihanna, Tegan And Sara) e Illangelo (The Weeknd, Alicia Keys).

Três singles do trabalho já foram lançados com “Young And Menace”, “Champion” e “The Last Of The Real Ones.

https://www.youtube.com/watch?v=WS47E5KAgPE

https://www.youtube.com/watch?v=mpfjpj7vmAE