Aproveitando o feriado prolongado e o Dia das crianças, o Pato Fu fez show de lançamento de seu disco Música de Brinquedo 2, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. Ao total foram 8 sessões que aconteceram da quinta-feira (12) até o domingo (15) e todas tiveram ingressos esgotados.
Com 25 anos de estrada, a banda mineira ainda encontra métodos para se reinventar. O projeto Música de Brinquedo é um deles. Na apresentação desta quinta-feira (12), com a banda inteira fantasiada, o grupo mostrou um repertório formado em maioria pelas músicas do novo álbum. Instrumentos de brinquedo, fantoches e crianças cantando dão todo um charme ao show.
Crianças essas que são um ponto que merece destaque. É legal demais vê-las se divertindo com clássicos da época que seus pais ainda nem tinham chegado à puberdade. Bate logo aquela vontadezinha de construir família e ter filhos para levá-los lá. Ponto para o projeto que aproxima dos pequenos, sem pedância, grandes músicas da nossa história.
A banda abre muito adequadamente com “Palco”, de Gilberto Gil. Não poderia ser de outra maneira, não é? E já emenda com uma inacreditável versão de “Livin’ La Vida Loca”, de Ricky Martin. A essa altura já era possível ver o público mais animado, até contagiado pelo pop latino transmutado em música com ares infantis.
Outra coisa bem divertida é a interação do fantoches, Groco e Ziglo, entre si e também com os integrantes do grupo. Nesse ponto, Fernanda Takai brinca dizendo que eles estiveram na praia no intervalos entre os discos. As crianças adoram e respondem imediatamente com fartas risadas.
Seguindo com essa mistura que só o Pato Fu consegue fazer e apresentando o repertório do novo álbum, o grupo tocou canções como “Kid Cavaquinho” e a já clássica “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, dos Raimundos. Antes de “Rock da Cachorra”, Takai comenta como essas músicas fazem parte do imaginário social e inspiram as pessoas a falar para eles “Ah, essa é do meu tempo!”.
Apesar das novidades, o show também tem espaço para os sucessos da banda como “Depois” e “Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!”, sempre acompanhadas em coro não só dos pais mas também das crianças presentes.
O experimentalismo sem afetação do show é uma atração à parte. Ouvindo o disco você imagina que é legal todo o lance dos brinquedos e miniaturas de instrumentos, mas ver esses sons sendo feitos assim ao vivo é uma experiência incrível para todos que não enxergam barreiras na música. Esse é o caso de “Severina Xique-Xique”, na qual o baterista usa apenas uma galinha e um pinto de brinquedo e utiliza os sons emitidos por eles, e “Every Breathe You Take”, onde são usados canos de papel para criar a sonoridade.
Sem titubear, um show divertidíssimo, leve e indicado tanto para pais, filhos e também para quem não é nenhum dos dois mas quer tirar um tempinho pra espairecer com música de qualidade e despretensiosa. Quando a turnê passar por sua cidade, não deixe de ir. É aquele tipo de espetáculo que a gente guarda para sempre com carinho na memória.