Os 50 melhores discos internacionais de 2017

2017 foi mais um ano dos mais difíceis para a humanidade, e outra vez a música nos resgatou. Veja quais foram os melhores álbuns internacionais do ano.

10 – Julien Baker – Turn Out The Lights

Julien Baker - Turn Out The Lights

Com apenas 22 anos de idade, Julien Baker é uma das artistas mais interessantes da música alternativa norte-americana.

A cantora e instrumentista bebeu na fonte de bandas de indie e emo dos anos 90 e tem uma voz incrível com a qual conta histórias através de canções belíssimas e arranjos primorosos.

Após o sucesso de Sprained Ankle em 2015, veio agora o segundo disco com Turn Out The Lights, lançado pela influente Matador Records.

No álbum, Julien consegue agregar mais elementos do que na sua estreia, o que transforma o trabalho em um disco mais encorpado e acessível do que seu anterior.

Gênero: Indie Rock / Emo

 

9 – At The Drive-In – Interalia

At The Drive-In - in ter a li a

Foram longos 17 anos até que o At The Drive-In resolvesse finalmente lançar um disco após Relationship Of Command, um dos álbuns mais influentes dos anos 2000.

Quando o fez, porém, a banda garantiu que teria a mesma energia que a consagrou lá atrás e nos brindou com faixas que exaltam as capacidades individuais de cada um dos seus integrantes para fazer canções contundentes, ferozes, melódicas e repletas de conteúdo.

E apesar das letras não serem nada óbvias como em toda carreira de seus autores tanto com o ATDI quanto com o Mars Volta, descobrimos recentemente que há questões bastante pesadas no disco como o abuso sexual por parte de figuras poderosas.

Gênero: Post-Hardcore

 

8 – SZA – Ctrl

SZA - Ctrl capa

SZA tem 27 anos de idade mas só em 2017 lançou seu primeiro disco, e o fez em grande estilo.

Batizado como Ctrl, o álbum é um dos destaques do ano e mistura a voz incrível da cantora com R&B de primeira e nomes como Kendrick Lamar (ele tá em todas!), Travis Scott e Pharrell Williams.

Pra ouvir sem parar.

Gênero: R&B / Pop

 

7 – St. Vincent – MASSEDUCTION

St. Vincent - MASSEDUCTION

St. Vincent é uma guitarrista das mais talentosas que usa as suas habilidades com o instrumento para construir grandes canções pop.

Em MASSEDUCTION, seu novo álbum, ela fez diversas críticas à sociedade em que vivemos através de singles que flutuam entre o indie e o popular, bem como cantou sobre dores da vida pessoal em baladas incríveis ao piano.

Tudo isso somado à temática sensual presente desde a capa fez com que MASSEDUCTION se tornasse um dos álbuns mais completos de 2017.

Gênero: Indie Pop

 

6 – Harry Styles – Harry Styles

Harry Styles

É sempre muito complicado fazer a transição de um projeto consolidado para uma nova carreira, ainda mais quando falamos de uma das boy bands mais bem sucedidas dos últimos anos.

Pois ao sair do One Direction para se dedicar à sua empreitada solo, Harry Styles o fez não apenas com uma qualidade impecável como resolveu abordar sua sonoridade de uma forma que ninguém esperava, privilegiando o Rock And Roll.

Em seu primeiro álbum, homônimo, o que não falta são rockões dos melhores como a faixa “Kiwi”, que pra completar ainda acabou ganhando um grande clipe.

Se o preconceito lhe impediu de ouvir esse álbum, mude de ideia e aperte o play sem medo!

Gênero: Rock And Roll

 

5 – Moses Sumney – Aromanticism

Moses Sumney - Aromanticism capa

Hypado após parcerias com Solange e James Blake, além de singles e EPs elogiados pela crítica internacional, Moses Sumney lançou em Setembro Aromanticism, seu primeiro álbum.

Gestado ao longo de dois anos, o disco reúne composições intimistas – baseadas no conceito de “arromanticismo” – com arranjos meticulosos que passeiam entre o soul, o R&B e o jazz, tudo amarrado por uma maturidade artística atemporal.

Por Guilherme Guedes

Gênero: Soul / R&B / Jazz

 

4 – LCD Soundsystem – American Dream

O LCD Soundsystem foi, mas voltou.

A banda que havia anunciado seu fim em 2011 retomou as atividades em 2015 e esse ano lançou seu primeiro álbum desde 2010 com American Dream.

Parece que a pausa fez muito bem a James Murphy, que voltou afiadíssimo e sem medo de arriscar com um álbum que exemplifica bem demais os melhores momentos da sonoridade que a banda lançou ao final dos anos 2000 e a mistura com gêneros mais presentes aqui, como a new wave.

Gênero: Dance-punk / New Wave / Post Punk

 

3 – Mount Eerie – A Crow Looked At Me

Mount Eerie - A Crow Looked At Me

Mount Eerie é uma banda que foi formada em 2003 pelo músico e produtor Phil Elverum, da banda The Microphones.

De lá pra cá o cara já havia lançado sete discos de estúdio que tiveram repercussão razoável no underground, mas tudo mudou em 2017, quando veio A Crow Looked At Me.

O álbum é um verdadeiro retrato do pior período da vida de Phil, e um convite brutalmente honesto ao seu mundo após a perda da esposa, que perdeu a batalha contra um câncer, morreu e deixou Elverum com uma filha nova do casal.

A partir dessa perda terrível, o músico passou a escrever sobre a sua amada, a falta que ela faz em casa, a filha estimada e mais, de uma forma que, já avisamos aqui, é praticamente impossível não chorar ao ouvir as palavras de cada canção.

Para começar os trabalhos, por exemplo, “Real Death” já traz as frases “A morte é real / Alguém está lá e de repente não está mais”, e fala sobre o quarto vazio por conta da ausência de Geneviève Castrée, a esposa de Phil:

Uma semana após você morrer um pacote com seu nome chegou e dentro dele estava um presente para a nossa filha que você tinha encomendado em segredo e caído na escadaria eu chorei

Uma mochila para quando ela for à escola daqui a alguns anos; você estava pensando à frente sobre um futuro que você provavelmente sabia que não te incluiria

Geneviève foi diagnosticada com câncer em 2015, pouco tempo após o nascimento da filha do casal e morreu em 09 de Julho de 2016.

O disco saiu em Março de 2017 e sua honestidade aliada à forma como ele foi composto e gravado (na casa dos dois, com os instrumentos dela, que também era artista) fizeram com que A Crow Looked At Me deixasse de ser um disco e se tornasse uma experiência.

Gênero: Indie Rock / Lo-fi

 

2 – Kendrick Lamar – DAMN.

Kendrick Lamar - DAMN

Você já leu o nome desse rapaz de 30 anos algumas vezes hoje nesse post, e não é à toa: Kendrick Lamar é provavelmente o rapper mais interessante do momento e todo mundo quer contar com uma participação do cara em seus lançamentos.

No seu quarto disco de estúdio, Lamar resolveu abandonar a incursão que fez pelo jazz em To Pimp A Butterfly, o melhor disco internacional de 2015, para voltar a elementos mais tradicionais do hip hop, o que resultou em mais um álbum incrível e parcerias com nomes como Rihanna e U2, além do mega hit “HUMBLE.”.

Com 14 faixas e quase 55 minutos, Kendrick fala dos lugares onde cresceu, de assuntos sérios, de temas leves e de todo universo que lhe cerca para compor tantas canções que vêm sendo celebradas nos últimos anos.

DAMN. é mais uma prova de que Kendrick Lamar consegue fazer rap, colaborar, experimentar com novos estilos, voltar às origens e ainda assim continuar sendo extremamente relevante.

Gênero: Hip Hop

 

1 – Lorde – Melodrama

Lorde - Melodrama

2017 é o ano da Lorde.

A história da cantora neozelandesa é incrível: em 2013, com apenas 16 anos de idade, ela lançou um disco de estreia chamado Pure Heroine, emplacou hits como “Royals” e rodou o mundo com seus shows.

Ao invés de aproveitar a fama e o sucesso para lançar outro material já na sequência, ela preferiu entender o que vinha acontecendo ao seu redor, voltar pra casa, descansar a cabeça e passar um bom tempo até lançar o segundo disco.

A decisão foi mais que acertada e quatro anos depois chegamos até Melodrama, o melhor disco internacional de 2017.

Produzido por Jack Antonoff, o álbum mostra a versatilidade da artista que foi celebrada pelo saudoso David Bowie poucos anos antes de sua morte, e traz faixas que vão do pop puro e simples como em “Green Light” até canções cheias de classe como “The Louvre” e a sensacional balada “Liability”, onde Lorde fala sobre as suas dores e conta abertamente ao mundo a respeito de experiências onde as pessoas se afastam dela por conta do seu sucesso.

Não há ninguém na música pop com o timbre da voz de Lorde, muito menos com a sua sensibilidade para flutuar entre o gênero e a música alternativa com tanta elegância, e essa ponte tão bem feita é justamente o que torna Melodrama o melhor álbum do ano.

Gênero: Indie Pop

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