Música

Em rara entrevista de 2007, Scott Weiland falava sobre a morte

Ao conversar com a Rolling Stone em 2007, o cantor Scott Weiland refletiu sobre a morte de seu irmão e o impacto que isso causou na sua vida.

Scott Weiland

No último dia 03 de Dezembro se passaram dois anos desde o trágico falecimento de Scott Weiland, antigo vocalista do Stone Temple Pilots e do Velvet Revolver.

Para não deixar a data passar em branco, o podcast Rolling Stone Music compartilhou uma rara entrevista feita com o músico em 2007, na época do lançamento do álbum Libertad, do Velvet Revolver.

Nela, Weiland reflete sobre diversos assuntos — um deles é a morte do seu irmão, que o fez refletir sobre a própria vida e suas decisões. Tendo em vista as circunstâncias da morte do cantor, o teor sombrio da entrevista é ainda mais trágico, como você pode conferir logo abaixo através de uma transcrição do trecho em específico, feito pelo Alternative Nation.

Tudo o que eu estava fazendo era fugir das responsabilidades de ser um pai e um marido. Tudo o que eu queria era finalmente me tornar um homem, mas era difícil tomar esse passo, começar essa jornada.

Eu sinto que estava preso nesse complexo de Peter Pan, e eu realmente acho que estar em uma banda, especialmente depois de virar uma celebridade, meio que incentiva você a ficar nesse modo e não aceitar as responsabilidades de suas ações. Se você está fazendo dinheiro para outras pessoas, por que não? É esperado que rock stars acabem fazendo besteiras e tudo mais, isso é legal. Existem algumas coisas — eu não me arrependo de nada que eu tenha feito, exceto das dores emocionais que eu causei em outras pessoas.

Tudo veio à tona quando meu irmão morreu, encarando a realidade e o desfecho de tudo, o quão devastado eu fiquei, e o quão devastados minha mãe e meu pai ficaram. Eles tiveram que conviver com isso no dia-a-dia, o medo desse tipo de coisa acontecer com qualquer um de nós dois ao longo dos anos. Minha esposa também — isso poderia acontecer com o pai dos nossos filhos a qualquer hora. Mas quando aconteceu com meu irmão, tudo pareceu terrivelmente real.

Eu sempre me senti um tanto inquebrável, como se eu fosse uma barata ou algo do tipo. Eu poderia sobreviver a uma bomba atômica. Quando eu recebi a ligação de que um amigo do meu irmão havia encontrado ele morto, eu precisei ir até lá porque a polícia estava lá. Eu o vi deitado na cama, precisei identificar seu corpo, e ele tinha passado e vivido pelas mesmas situações que eu. Ele sobreviveu a overdoses, ele havia sidso detido diversas vezes sem nunca ter ido pra prisão. E lá estava, aquele era o ponto final. Não dá pra ser mais real do que aquilo.

Você pode conferir a entrevista na íntegra clicando aqui.