Em São Paulo, Deep Purple entrega uma noite inesquecível de rock setentista

O Allianz Parque em São Paulo tremeu ao receber milhares de fãs do rock and roll para assistir a Tesla, Cheap Trick e Deep Purple. Confira nossa resenha.

Deep Purple no Solid Rock em São Paulo
Foto: MRossi

Texto escrito por Erica Y Roumieh e Rafael Teixeira

Na última quarta-feira, 13, o Allianz Parque em São Paulo tremeu ao receber milhares de fãs loucos por rock and roll.

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Em uma estrutura bem parecida com o festival São Paulo Trip que aconteceu em Setembro desse ano no mesmo local, o Solid Rock recebeu três bandas com um forte histórico no mundo da música: Tesla, Cheap Trick e Deep Purple.

O estádio, que pode receber quase 50 mil pessoas em shows, estava com, no máximo, metade dessa capacidade. Houve uma mudança no horário dos shows após o cancelamento do Lynyrd Skynyrd, provavelmente para reorganizar o tempo de apresentação das bandas, dando mais espaço ao Deep Purple e menos ao Cheap Trick. Os headliners, que antes estavam programados pras 22h30, subiram ao palco pontualmente às 22h. E isso pegou muita gente de surpresa. Na saída, nossa reportagem ouviu um casal que reclamava de ter perdido as quatro primeiras músicas.

Às 18h30, o Tesla subiu ao palco e abriu a noite com faixas como “Into the Now”, “The Way It Is” e “Modern Day Cowboy”, aquecendo o público para uma noite dedicada à boa música.

Cheap Trick

Foto: MRossi

Exatamente às 20h o Cheap Trick foi anunciado como “a banda mais foda que você já viu ao vivo” e iniciou com “Hello There” do disco In Color de 1977. Entre um solo incrível de guitarra e outro, Rick Nielsen tentou animar o público ao conversar e brincar.

“Essa é a nossa primeira vez no Brasil”, ele disse antes de introduzir “You Got It Going On” do último disco We’re All Alright! lançado esse ano. Apesar de não ser o sucesso que é Lynyrd Skynyrd, o icônico guitarrista e companhia mostraram ao público o mais puro rock and roll dos anos 70.

Sem muitos exageros, o vocalista Robin Zander mostrou todo o seu alcance vocal entre grandes músicas como a trilha sonora da série That ’70s Show ,“In The Street” (cover do Big Star) e os hits “I Want You To Want Me”, “Dream Police” e “Surrender”. É sempre lindo ver um vocalista tão experiente, já com certa idade, entregando tudo no palco, sem nunca perder o fôlego. Zander fez isso e deixou todo mundo com a sensação de estar diante de um rockstar.

Ao finalizar com “Goodnight Now”, o Cheap Trick entregou um belo show superando as expectativas, principalmente dos fãs vestindo a camisa do Lynyrd Skynyrd.

 

Deep Purple

Foto: MRossi

Segundos antes do momento mais esperado da noite, foi possível ver o público ansiando os britânicos do Deep Purple. Quando a orquestra de “Mars, The Bringer Of War” se iniciou, os fãs já sabiam o que esperar. Ao entrar no palco, Ian Paice, Roger Glover, Ian Gillan, Steve Morse e Don Airey nos fizeram esquecer que era uma quarta-feira e nos levaram em uma viagem musical com o ponto de partida em 1972 com o disco Machine Head. “Highway Star” e “Pictures Of Home” formaram o perfeito início para o último show do dia.

“Strange Kind Of Woman” trouxe uma atmosfera mais dançante enquanto “Uncommon Man”, que foi dedicada ao falecido tecladista Jon Lord, provou a genialidade de todos os instrumentistas do grupo. Após solos extraordinários, Gillan conversou e agradeceu bastante, dizendo que estava recebendo uma “energia maravilhosa” do público. Ele continua dominando o palco como poucos. Velho conhecido dos brasileiros, ele parecia se sentir em casa. O talento dele ao microfone, nem se fala. Aos 72 anos ainda alcança grande parte das notas das composições originais.

Ele não é o único que conquistou o público. O tecladista Don Airey que substituiu o lendário Jon Lord, falecido em 2012, já tocou com Jethro Tull, Judas Priest e até Ozzy Osbourne. E sua habilidade no instrumento é incontestável. Airey interpreta maravilhosamente os arranjos criados pelo tecladista original, mas não se limita a isso. Em vários momentos do show, toda a banda para pra que ele improvise e dê um show à parte, mesclando solos incríveis, efeitos psicodélicos e momentos divertidos de interação com a plateia. Um desses momentos foi quando ele, esbanjando talento com seu teclado, apresentou um mashup de “Tico Tico no Fubá”, “Aquarela do Brasil” finalizando com “Perfect Strangers”.

E como se não fosse possível animar mais os fãs, os britânicos tocaram “Smoke On The Water” logo antes de saírem para o bis. Ao voltar, eles fecharam a noite com chave de ouro: “Hush” e “Black Night”.

Foi uma grande noite para o rock and roll e os paulistanos voltam realizados com mais alguns nomes na listinha de “shows para não perder”.

Setlist do show do Deep Purple no Solid Rock em São Paulo:

Introdução: “Mars, the Bringer of War”
1. “Highway Star”
2. “Pictures of Home”
3. “Bloodsucker”
4. “Strange Kind of Woman”
5. “Uncommon Man”
6. “Lazy”
7. “Birds of Prey”
8. “Knocking at Your Back Door”
9. “Keyboard Solo”
10. “Perfect Strangers”
11. “Space Truckin'”
12. “Smoke on the Water”

BIS:
13. “Hush”
14. “Black Night”

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