Para os apaixonados por música nova e boa, acompanhar o que estão fazendo os selos independentes é lição de casa. Eles que ganharam força nos últimos anos e fazem o rolê acontecer com uma energia que só a paixão pela música explica. Eles acolhem os ignoradas pelo hype e na melhor vibe “os humilhados serão exaltados” enchem as nossas playlists de sons de primeira linha.
Separamos alguns selos brasileiros que estão na ponta da cena para você conhecer!
Selos independentes
A Lixo Discos começou com Marcelo Jacob e Bruno Gringo, em julho de 2016. A ideia era lançar bandas novas de punk rock e organizar festivais para promover a nova cena. Na conta do selo estão três festivais, entre eles, o “O Som Do Lixo” que rolou no Morfeus Club com bandas de punk rock veteranas como Os Excluídos, Juventude Maldita, Deserdados, Sweet Suburbia e 88 Não! e as apostas Baldios, Injetores, Clinch e Mandriões.
Quer conhecer o trampo da Lixo Discos? É só colar no “Lixo Pocket Sessions”, evento gratuito que rola no Baderna (em frente ao metrô Sumaré/SP). Lá dá para curtir um som legal, sem virar a noite por aí.
A Zoom Discos começou despretensiosamente em 2014 como uma saída para lançar o disco da banda dos idealizadores do selo. Desde então, lançaram quatro compactos de 7 polegadas em vinil, todos de bandas curitibanas: Evil Idols, Faca Cega, Vida Ruim e Pantanum. Adeptos da ética do “faça você mesmo”, encaram os discos como itens únicos e especiais. As cópias são numeradas e as capas são feitas em serigrafia ou gravura manual. Coisa fina!
A Howlin’ Records surgiu em 2014, com foco em bandas alternativas que basicamente bebem um pouco da fonte de sons quase inesgotável dos anos 90. Hoje, são um coletivo e selo formado por produtores, artistas e profissionais da música que trabalham em prol de artistas do casting e parcerias. A Howlin’ é um processo de aprendizado contínuo que mostra a relação da música como um ato de libertação e ferramenta de resistência.
A Banana Records é um selo que distribui bandas independentes com foco no lo-fi e qualquer tipo de estranheza em termos de imagem e som (inspirado na Transtorninho Records, de Recife). O selo surgiu pela vontade de ver a música de amigos crescerem em Fortaleza, que nunca se mostrou muito aberta pra esse tipo de arte. A Banana nasceu como a última tentativa de produzir cultura em Fortaleza e de dar a visibilidade para a cena independentes da cidade. E, bem, mais de um ano se passou e eles estão lá, firmes e fortes. Hoje, a Banana sabe que não tem nada mais importante do que música.
5. Sinewave
Sinewave é um selo digital de música Subterrânea Brasileira. Fundado em 2008, já lançaram mais de 170 discos para download gratuito e mais de 80 artistas, entre eles Macaco Bong, ruído/mm, Kalouv, Huey e Herod. Na conta do selo, alguns festivais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Em 2012, criaram o grupo da Sinewave no Facebook, que hoje reúne quase 9 mil amantes do rolê.
6. Onça Discos
Onça Discos é um selo de música independente de Curitiba. Fundado em 2016 por Kelvin Souza, Matheus Mantovani e Rodrigo Pinto. Era um canal para lançamentos pessoais dessa galera, mas em pouco tempo agregou mais projetos e gêneros. Mesmo com pouquinho tempo de vida, já promoveram o lançamento de vários álbuns, EPs, singles e vídeos ao vivo, além de mais de 10 edições do Onça Discos Apresenta.
Formado em 2016, o Carranca Records é um selo e coletivo de hip hop paulistano que reúne o trio ATTICA!, o rapper NGMA e a cantora LARINU. Baseada na filosofia DIY, os trabalhos do Carranca unem uma pegada hardcore com rap. Coisa linda, coisa fina!
A Pessoa que Voa é um selo independente de São Paulo que busca lançar artistas, compositores e bandas do estado inteiro. É um coletivo que apoia o artista da concepção do seu projeto até o lançamento, devido a essa proximidade.
A ideia do selo é estimular projetos musicais feitos por mulheres. Como já trabalhavam como musicistas no meio independente e a muitos anos e estão ligadas à coletivos de iniciativas feministas “faça você mesmo”, perceberam que poderiam compartilhar experiências e ajudar outras mulheres em todo o processo de produção de uma obra, desde conversar sobre conceito (ou falta de) até acompanhar gravações, emprestar equipamentos, ajudar a produzir mesmo, sempre, claro, respeitando a identidade dos projetos.
A Hérnia busca, também, ampliar a conexão com a comunidade de musicistas e para isso desenvolveram eventos para trocar conhecimento e informações, como o Aurora tem Hérnia e Pedalaço das Minas, que já teve uma primeira edição simultânea em São Paulo e Porto Alegre.
10. NHL Music
O selo NHL Music surgiu no intuito de estimular o que há de mais ousado e interessante na cena alternativa baiana. Idealizada por Cairo Melo e Lucas Spanholi, o selo faz parte da NHL Produções, criada em 2009, a produtora vem movimentando a noite soteropolitana com shows de bandas nacionais do calibre de BIKE, My Magical Glowing Lens e Frabin, além de apresentar o que há de mais novo na cena local. O selo, apesar de recém batizado, já havia lançado bandas como Van der Vous, SOFT PORN, Mapa, Aurata e Você me Excita.
Selo de distribuição, comunicação, produção cultural e direção artística, fundado em 2013 por um grupo de músicos e artistas gráficos. Música que transcende fronteiras, formas e signos. Um coletivo de música que tem como cede uma casa. Ou seriam abelhas trabalhando na sua colmeia? Bzzzz
12. Freak
A Freak aposta em artistas que desafiam tendências e desenvolvem seu trabalho fora da zona de conforto. Assessoram carreiras de bandas com DNA Freak e disposição para realizarem sua arte sem medir esforços, com desejos por novas experiências e públicos. São inspirados por artistas inventivos que mudaram o rumo da música como Miles Davis e George Clinton e miram para os novos que dão continuidade a este legado com ousadia para buscar uma sonoridade fora do comum.
Fundada em fevereiro de 2010 na cidade de São Paulo, a Freak tem a meta de estabelecer uma abordagem criativa dentro da produção musical. Fugindo do convencionalismo do mercado e de fórmulas pré-estabelecidas.
13. Maritaca Discos
A Maritaca é um selo de música instrumental brasileira que, desde 1997, lançou mais de 50 títulos, sendo que destes, somente dois tiveram algum tipo de incentivo. A idéia do selo é registrar essa música tão rica e divulgar esse amplo repertório. Grandes músicos já gravaram na Maritaca, sempre fazendo o que sabem fazer melhor, sem restrições.
14. Morcego Records
Gravadora Rock n’ Roll Qque gasta sola de sapato junto com artistas e bandas brasileiras de rock n’ roll como Gustavo Kaly (SC) Carbona (RJ) e Magaivers! (PR). Ajudando a pensar, prensar, divulgar e tocar!
15. Popfuzz Records
O Coletivo Popfuzz atua no cenário cultural alagoano desde 2005 como um grupo informal de gestores, artistas e ativistas culturais. Organiza o Festival Maionese, desde 2005; mantém o selo de música independente Popfuzz Records, desde 2005; Organiza o Grito Rock Alagoas nas prévias carnavalescas de Maceió/AL e Arapiraca/AL, desde 2010; Realiza a festa PopfuzzNaCozinha periodicamente em sua casa/sede no bairro da Pitanguinha. Realiza o evento de música autoral Popfuzz Apresenta. Produz o festival de cinema alagoano SEDA Arapiraca desde 2012. Produz matérias jornalísticas pautadas no midialivrismo.
Transtorninho Records é um selo formado no Recife por gente que gosta principalmente de rock, mas também de esquisitices variadas em termos de som e imagem. Ao longo de 3 anos, construíram seu catálogo, que reúne discos, EPs e singles de artistas de São Paulo, do Paraná, de Alagoas, de Pernambuco, entre outros estados. Não se apegam a um estilo musical específico ou a um nicho de mercado. O objetivo da Transtorninho é dar espaço e visibilidade a diversas iniciativas. Da música eletrônica ao rock de adolescente, eles querem fazer música com o que se consegue, sem que limitações técnicas impeçam a fruição artística.
17. PWR records
PWR Records é um selo sobre representatividade. Diante de um cenário musical no qual muito se fala sobre a inclusão feminina e onde, por muitas vezes, o discurso não corresponde a ação, Hannah Carvalho e Letícia Tomás, decidiram criar um selo no qual as mulheres podem reforçar seu poder de protagonismo na música em todo país. A PWR lança, produz, agencia e assessora bandas com ao menos 1 mulher em sua formação.
O ponto de partida foi mapear as bandas independentes do Brasil com ao menos uma mulher na formação, sem recorte de gênero musical. Letícia e Hannah, junto a Nanda Loureiro, do selo cearense Banana Records, desde julho mantém uma lista colaborativa online de bandas com mulheres na sua formação.
18. Dissenso Records
Distribuidora e selo destinado à música experimental, post rock, drone e variantes. A nossa música é torta, estranha e obtusa. A Dissenso Records atua no mercado independente desde 2005, quando iniciou suas atividades. Desde então, a Dissenso vem contribuindo com o cenário de música independente brasileiro, visando construir e colaborar com bandas de sonoridades não convencionais, mostrando ao público a boa música feita por artistas que verdadeiramente admiramos, e tornando acessíveis itens de merchandise importados e edições limitadas.
19. Efusiva
Efusiva é um selo independente criado por minas de diferentes cidades do rio de janeiro. Na pegada do movimento riot grrl, a intenção é reunir artistas mulheres, pessoas não-binárias e outras corpas.
20. RISCO
O selo RISCO atua como uma plataforma de suporte na difusão do trabalho de artistas da cena independente. Sua proposta é fomentar e investir na carreira desses artistas, por meio da colaboração em duas frentes principais: a gestão dos processos produtivos e a articulação com outros atores das cadeias criativa e produtiva da música.
21. Boiola records
A Boiola Records é um selo formado por pessoas que se dividem entre os três estados do sul do país e nasceu, antes de qualquer coisa, da vontade de unir e viabilizar o rolê pra músicos e artistas visuais que a princípio não teriam espaço dentro de um cenário que é elitista, misógino, homofóbico, transfóbico e racista.
Quer mais?
O Christopher Augusto fez uma trabalho de utilidade pública e compilou em uma planilha do Google Docs mais de 100 selos independentes espalhados pelo Braza.
Leia também: Como os selos independentes brasileiros sobrevivem na era da música digital?