Resenha e fotos: Dead Fish com sua formação original em Vitória (ES)

Formação original do Dead Fish tocou ao vivo suas primeiras demos, #1 e Re-Progresso. De todos, apenas o vocalista Rodrigo ainda está na banda.

Dead Fish original
Foto: Vitor Malheiros

Na última quarta-feira (10), Vitória (ES) foi palco de um reencontro histórico, daqueles que pareciam que jamais iriam acontecer: Dead Fish com sua formação original, tocando suas primeiros demos.

A apresentação, com sessão dupla, foi realizada no Motor Rockers. O pub, literalmente, ficou pequeno para tanto marmanjo revivendo sua juventude. Com apenas 60 ingressos disponibilizados por sessão, a disputa pela entrada foi grande e a maioria acabou tendo que ficar na calçada mesmo, ouvindo e espiando o que conseguia através das janelas.

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Foi um encontro para amigos das antigas relembrarem aquela época e, para alguns fãs que assim como eu, só agora tiveram a chance de ver esses caras tocando juntos.

Foto: Vitor Malheiros

A história começou no início dos anos 90, na capital capixaba, com um grupo de amigos que resolveu se unir para tocar, dando origem ao Stage Dive. Um pouco depois, com uma mudança aqui e ali na formação, nasceu o Dead Fish. Rodrigo Lima (vocal), Marcel Dadalto (guitarra), Gustavo Buteri (guitarra), Tiago Lima (baixo) e Leandro “Nô” (bateria) deram os primeiros passos do que viria a se tornar uma das maiores bandas de hardcore do país.

De 1991 a 1995, esse time se manteve e gravou duas demos: #1, composta por faixas de um ensaio em estúdio, e Re-Progresso, já com um material mais maduro. Depois de um pequeno hiato, a banda se reestruturou e apenas Rodrigo e Nô seguiram com o grupo, junto a outros integrantes. O resto todo mundo conhece.

Foto: Vitor Malheiros

O que parecia impensável é que em 2018 teríamos essa primeira formação do Dead Fish tocando ao vivo suas primeiras músicas. Apenas Rodrigo segue até hoje na ativa com a banda. Gustavo e Marcel continuaram envolvidos com música, mas hoje já não da mesma maneira – Marcel, inclusive deixou o Brasil há alguns anos para ser produtor na Alemanha. Já Tiago não pegava em um baixo há mais de 20 anos!! A saída do Nô, em 2008, não foi das mais amigáveis. Então, sim, esse encontro foi uma grata surpresa para todos.

Antes do primeiro show, o clima já era de nostalgia e afeto. Amigos se unindo depois de anos, em meio a abraços, fotos e cervejas para celebrar os velhos tempos. Nem tinha começado e já tinha valido a pena.

Por volta de 19h, a galera da primeira apresentação foi convocada a entrar no bar e, dali pra frente, foi uma catarse coletiva. Geral pulando e cantando como se fosse o começo dos anos 90 de novo. Entre as 14 faixas do set, músicas como “You Against!”, “Wrong”, “Compra”, “Lost Soul”, “Social Agression” e “Third World Friendship”, além das clássicas “Just Skate” e “Anarquia Corporation”.

O espaço era pequeno, mas a pancadaria na pista era grande. E a energia da banda também era enorme! Uns errinhos já esperados, algumas pausas para relembrar os acordes, Rodrigo dando aquela colada nas letras das músicas, mas nada disso importava com um show incrível daquele.

Durante as 14 músicas, banda e plateia de quarentões voltaram a ser adolescentes. Marcel insistia dizendo que o grupo estava muito melhor agora do que duas décadas atrás. Não duvido.

Foi uma noite emocionante e memorável para as dezenas de pessoas que tiveram o privilégio de presenciar esses shows. “Impagável, não tem preço, brutal”, definiu Rodrigo pouco antes do encerramento, com “The Party”. Eu não teria definição melhor.

Foto: Vitor Malheiros
Foto: Vitor Malheiros
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