Música

Flea fala sobre vício em remédios e drogas em novo editorial para a revista Time

Flea, o baixista do Red Hot Chili Peppers, falou sobre sua extensa luta contra o vício em drogas e remédios em um intenso texto para a Time Magazine.

Flea e Anthony Kiedis em show do Red Hot Chili Peppers
Foto via Shutterstock

Flea, o baixista do Red Hot Chili Peppers, acaba de escrever um intenso editorial para a Time Magazine falando sobre sua antiga luta contra o vício em medicamentos e drogas.

O texto fez parte da Opioid Diaries, uma série criada pela revista para comentar sobre a gravidade da situação da chamada “crise de opioides” nos Estados Unidos.

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“Eu estive envolvido com abuso de substâncias desde o dia em que nasci”, escreveu o músico. “Todos os adultos na minha vida regularmente usavam remédios para esquecer dos problemas, e álcool e drogas estavam por toda parte, o tempo todo”.

Eu comecei a fumar maconha quando tinha onze anos, e então comecei a cheirar, injetar, ingerir, fumar e usar [drogas] ao longo da minha adolescência e até meus vinte e poucos anos.

Flea também comentou sobre como utilizava drogas para lidar com problemas de ansiedade e revelou que só decidiu parar após descobrir que se tornaria pai.

Em seguida, o músico falou sobre como enfrentou novos problemas ao utilizar um remédio que havia sido prescrito pelo seu médico para lidar com uma lesão no braço.

Alguns anos atrás eu quebrei meu braço enquanto fazia snowboard e tive que fazer uma grande cirurgia. Meu médico me curou perfeitamente, e graças a ele eu ainda consigo tocar baixo. Mas ele também me deu dois meses de Oxycontin. O rótulo dizia para tomar quatro por dia. Eu ficava muito chapado quando tomava esse remédio. Ele não só acabava com a minha dor física, como também com todas as minhas emoções. Eu só tomava um por dia, mas eu não estava presente para os meus filhos, meu espírito criativo estava decaindo e eu fiquei depressivo. Eu parei de tomar o remédio após um mês, mas eu poderia ter facilmente conseguido um novo refil.

O baixista comentou que um esforço maior precisa ser feito para monitorar e controlar a prescrição de remédios. “Pessoas perfeitamente sãs ficam viciadas nesses medicamentos e acabam morrendo. Advogados, encanadores, filósofos, celebridades — o vício não se importa com quem você é”.

Vício é uma doença cruel, e a comunidade médica, junto do governo, precisam oferecer ajuda para aqueles que precisam. A vida dói. O mundo é assustador e é mais fácil utilizar drogas que trabalhar tendo dor, ansiedade, injustiça e desapontamento. Mas iniciando com gratidão nos tempos difíceis e valorizando as lições das nossas horas difíceis, nós temos a oportunidade de superar os problemas e nos tornarmos indivíduos mais saudáveis e felizes que vivem acima da forte tentação do vício.

Você pode conferir o texto na íntegra clicando aqui.

Vale lembrar que há alguns dias a viúva de Chris Cornell disse que quando o músico se suicidou, havia tido uma recaída e ingerido um número altíssimo de remédios para dormir. Ela culpou os médicos por dar tantos remédios a alguém que lutava contra o vício neles.

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