Terry Kath. Talvez você nunca tenha escutado esse nome, mas provavelmente conhece sua banda: ele foi membro fundador do Chicago.
Antes de ser associada imediatamente à voz de Peter Cetera e baladas radiofônicas, a banda atendia pelo nome Chicago Transit Autority. Mais do que apenas um nome mais longo, essa fase da banda apresentava uma sonoridade mais arriscada, um jazz rock com espaço pra riffs e improvisos mais ácidos onde Terry se destacava.
Antes mesmo dos anos 70 chegarem, onde Miles, Beck e Bolin experimentaram com a fusão dos ritmos do rock e das harmonias e temas complexos do jazz, Terry já se aventurava em solos de sonoridade mais refinada.
“Free Form Guitar” é uma peça avant-garde que deve ter deixado muitos ouvintes coçando a cabeça em 1969. Sete minutos de fuzz, feedback, música concreta e atonalismo no meio de um disco de outro modo acessível.
https://www.youtube.com/watch?v=q4X4rsw2vQ8
Nessa faixa fica fácil perceber por que Jimi Hendrix seria admirador de Kath. É o que conta o saxofonista Walter Parazaider; Hendrix teria se aproximado dele depois de um show e, depois de elogiar o som da banda, disse, “eu acho que seu guitarrista toca melhor que eu”.
Seus últimos discos com o Chicago já apontavam para a nova direção da banda, mais comercial, e seu papel foi tendo menos destaque. Mesmo assim, manteve-se sempre brilhante.
Não fosse sua morte trágica, acidental e precoce – ele disparou uma semi-automática contra a própria cabeça, acreditando estar descarregada -, ele certamente estaria sendo citado constantemente em qualquer lista de “melhores guitarristas”.
Um destaque nos shows da banda, e talvez seu melhor cartão de visita, era a música “25 or 6 to 4”, com um solo avassalador e à frente de seu tempo. Vale um confere atento, junto aos primeiros discos da banda, que tem também um documentário na Netflix onde os membros contam como o guitarrista era importante pra banda.