A banda norte-americana The Slackers tem muita história pra contar.
Fundado em 1991 em Nova York, o grupo tornou-se um dos mais influentes em todo planeta quando o assunto é tocar ska dos mais tradicionais, repleto de influências do reggae.
Com uma carreira que nunca teve interrupções e já conta com mais de 10 discos de estúdio, a banda volta ao Brasil mais uma vez para sete shows em Maio e nós conversamos com o guitarrista Jay Nugent, também conhecido como Agent Jay, e você pode ler a entrevista exclusiva logo abaixo.
TMDQA!: Vocês irão tocar no Brasil com uma banda de reggae lendária, The Congos, e assim como vocês eles cruzam a fronteira do gênero com o ska, tocando com uma sonoridade parecida ao The Slackers. Como você diferencia uma banda de ska de uma banda de reggae e onde vocês acham que as bandas têm as suas similaridades?
Jay Nugent: The Congos é um trio Roots lendário da era de ouro do Reggae. Eu toquei guitarra com o Ashanti Roy (do The Congos) no início dos anos 2000 e tive que aprender alguns de seus clássicos. Eles têm uma sonoridade Roots de dar aula, que eles ajudaram a introduzir, mas com uma forte influência experimental de Lee Perry devido a técnicas de produção. O The Slackers definitivamente procura esse som clássico Roots em algumas de nossas músicas como “Dub Two”, “Pets Of The World”, etc.
TMDQA!: Em 2007 vocês regravaram “A Minha Menina”, música gravada pelos Mutantes e escrita por Jorge Ben Jor. O que atraiu a banda para essa canção? Quão difícil foi cantar em Português?
Jay Nugent: A gente se interessou pela Tropicália e Os Mutantes através do relançamento de David Byrne daquele material na gravadora Luaka Bop no início dos anos 2000 [a gravadora do músico lançou álbuns de Tom Zé e uma coletânea d’Os Mutantes]. Glen, que canta em “Minha Menina”, tem raízes portuguesas então era razoavelmente familiar com a língua. O Português, principalmente o Português falado no Brasil, é difícil de retratar se você não cresceu com a língua.
TMDQA!: Estando na ativa há tantos anos, vocês obviamente já passaram por muitas coisas na indústria da música. Desde gravações analógicas e LPs até CDs, downloads e plataformas de streaming que são populares hoje em dia. Algumas pessoas enxergam a influência da Internet como algo democrático e outras interpretam isso como algo ruim para os artistas, que estão com mais dificuldades para viver de música. Como você enxerga tudo isso e que fases prefere entre os anos 90, 2000 e 2010?
Jay Nugent: Nem é preciso dizer que os anos 90 foram os “anos de ouro” para os discos do Slackers. Os anos 2000 foram um período de transição à medida que migrávamos para a produção digital. Após mais de dez anos parece que a gente entendeu como fazer para conseguir a sonoridade quente e analógica associada às gravações digitais. Apesar das vendas de CDs terem caído para todas as bandas nas lojas, e ser difícil ganhar dinheiro através do streaming, estamos vendendo mais discos na nossa barraquinha de merch dos shows do que nunca.
TMDQA!: O que podemos esperar dos shows no Brasil?
Jay Nugent: O Brasil é sempre espetacular. Como em qualquer país, as casas de shows grandes e cheias de classe podem ter públicos imensos com uma atitude mais descolada, enquanto os bares pequenos podem se transformar em festas selvagens e cheias de bebida. Apesar disso, sempre há exceções.
TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Jay Nugent: “Fato, Malandro!”
The Slackers no Brasil
Você pode conferir as datas e locais dos shows do The Slackers no Brasil logo abaixo.
- 12 de maio – Campinas – Brasuca (com OBMJ)
- 13 de maio – Brasília – Festival Móveis Convida
- 15 de maio – Porto Alegre – Bar Opinião (com Tequila Baby)
- 16 de maio – Florianópolis – Célula Showcase
- 17 de maio – Curitiba – Basement Cultural (com Dr. Skrotone e a Máfia do Ska)
- 18 de maio – Rio de Janeiro – Circo Voador (com The Congos)
- 19 de maio – São Paulo – local a confirmar