Música

Billy Corgan discute sua relevância na indústria da música em entrevista honesta

Em entrevista, Billy Corgan fala sobre o fato de ter perdido espaço na música e o que isso significa para o futuro da sua carreira.

Billy Corgan faz cover de Neil Young
Foto: Reprodução / Facebook

Por mais que tenha um legado que ainda irá influenciar muitas bandas por muito tempo, Billy Corgan reconhece que é difícil se manter no topo

Em uma honesta entrevista para a Creative Independent, o músico falou sobre diversos assuntos envolvendo o Smashing Pumpkins. Um deles foi o período conturbado do grupo desde o começo dos anos 2000 — considerado por muitos como muito fraco.

Ao falar sobre as pessoas que influenciaram a “época de ouro” da banda, Corgan mencionou uma pessoa que normalmente não é citada nessas discussões — Phil Quartararo, antigo CEO de gravadoras como Virgin e Warner Bros.

Eu me toquei de uma coisa um dia desses. Eu pensei, ‘Wow, eu realmente olhava para a indústria da música como um pai substituto’. Eu realmente queria que aqueles executivos fossem o pai amável que eu nunca tive. Eu só tive uma pessoa em toda a minha experiência com a indústria que fez isso por mim. Era Phil Quartararo, que ainda é meu amigo embora não esteja muito relacionado com a indústria recentemente.

Phil era um cara de rádio que virou um A&R ou algo do tipo e depois se tornou presidente da Virgin e em seguida da Warner Bros. Ele era o único cara que me dava a palavra e cumpria o que prometia e, não por coincidência, ele estava à frente durante o meu período de maior sucesso e mais produtivo, porque eu precisava de alguém desse tipo.

Eu nunca tive uma pessoa dessas na minha vida. Eu precisava de alguém que me ajudasse. Eu lembro de uma vez ter dito a ele, ‘Se você me disser que algo é importante, eu simplesmente vou acreditar em você. Eu nunca dei esse poder a qualquer outra pessoa’. Entende o que eu digo? Eu sempre fui a criança de rua paranoica. Sempre pensava, ‘você vai acabar me fodendo eventualmente, é só uma questão de tempo e de por quanto tempo nós conseguimos sustentar essa narrativa’. Isso me causou tantos problemas. Eu lembro que o Phil me ligava e dizia, ‘olha, você precisa fazer isso’. Eu reclamava e resmungava e dava minhas 7 milhões de razões teóricas e ele só dizia ‘olha, apenas acredite em mim’. Ele era esse cara. Porra, eu queria ter 40 dessas pessoas na minha vida. Eu teria feito muitos trabalhos melhores e teria me salvado de muita dor e tortura.

Por fim, o músico comentou sobre como está levando sua carreira hoje em dia, reconhecendo que provavelmente nunca mais irá fazer o sucesso que fazia nos anos 90.

Nesse momento, eu me sinto como um Vaudevillian ou algo do tipo. Eu não tenho mais tempo. Minhas habilidades não são mais aplicáveis para o mundo do jeito que ele existe. Eu só vou fazer meu trabalho e ver no que vai dar.

Vale lembrar que o Smashing Pumpkins recentemente anunciou uma turnê de reunião de parte de sua formação clássica composta por Corgan, James Iha e Jimmy Chamberlin.

O grupo pretende lançar músicas inéditas ainda esse ano.