Batemos um papo com Sergio Vega sobre a primeira vez do Quicksand no Brasil

O Quicksand vem pela primeira vez ao Brasil em Junho deste ano, e conversamos um pouco com o baixista Sergio Vega sobre a experiência e muito mais.

Quicksand
Foto por Cecilia Alejandra

Falta muito pouco para os fãs brasileiros do Quicksand finalmente poderem assistir à banda ao vivo.

A histórica banda de post-hardcore chega ao Brasil pela primeira vez no começo do mês de Junho, e vem para divulgar Interiors (2017). Este é o primeiro disco lançado pela banda em 22 anos.

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Formado em 1990, o grupo lançou apenas dois discos nos anos seguintes, Slip (1993) e Manic Compression (1995), tornando-se uma das pioneiras no gênero. Apesar do reconhecimento de público e crítica, a banda encerrou as atividades pouco tempo depois para só voltar em 2012.

Conversamos um pouco com o baixista Sergio Vega (que também faz parte do Deftones) sobre essa primeira vinda ao Brasil, e também sobre o disco novo, política e muito mais. Leia após o player.

TMDQA!: Olá! Esta é a primeira vez que o Quicksand vem ao Brasil em 28 anos na estrada. Quais são suas expectativas para os shows por aqui e o que você já ouviu sobre os fãs brasileiros?

Sergio: Sim, é a primeira vez do Quicksand e estamos muito animados! Já estive no Brasil com o Deftones antes e sempre tive experiências ótimas ao tocar, e também ao passear com as pessoas. A galera que vai aos shows é muito apaixonada, o que é algo que eu aprecio demais. Estou ansioso para estar aí de novo.

TMDQA!: Falando na turnê, vocês se uniram ao Glassjaw, outra banda icônica do post-hardcore que voltou recentemente, para fazer alguns shows nos EUA começando em Julho. Como isso aconteceu?

Sergio: Foi bem simples. Nos conhecemos por algum tempo, e quando nossas agendas se alinharam, achamos que uma turnê conjunta seria uma ótima oportunidade para nós e para os jovens que vierem nos assistir.

TMDQA!: Nos primeiros anos após a reunião da banda em 2012, estava muito incerto se o Quicksand realmente lançaria algo novo, mas aconteceu. Interiors combina beleza com o hardcore que já conhecemos do grupo, mas mais importante, mostra que a banda cresceu muito. O que é diferente da composição de Manic Compression (1995) para escrever letras e criar melodias agora?

Sergio: Obrigado! O processo de composição foi relaxado, apenas gravamos as jams que fazíamos nos ensaios e nas passagens de som. Houve uma certa facilidade que veio de não nos pressionar ao escrever um disco. Apenas nos divertimos tocando juntos até que tínhamos um monte de material que gostávamos. Neste ponto, dissemos: “vamos gravar isso!”

TMDQA!: Houve um momento definitivo onde a banda se uniu e disse, “nós precisamos voltar a gravar” ou esse foi o plano desde a reunião? E também, como a reunião aconteceu?

Sergio: Não houve um momento assim, nós apenas percebemos que nos divertiríamos mais se tivéssemos novas músicas para tocar. Nos recusamos a nos pressionar. Se músicas que representam nossa banda viessem, então ótimo. Forçar isso seria muito ruim.

[Sobre a reunião], a ideia inicial era tocar em uns dois shows por diversão enquanto o Deftones gravava Koi No Yokan (2012). O que foi muito legal é que os outros caras do Deftones nos apoiaram e ajudaram muito. Os amigos do Walter [Schreifels] fizeram o mesmo. Foi muito inspirador.

TMDQA!: Muita coisa tem acontecido nos Estados Unidos — e no mundo inteiro, na verdade — quando falamos de política, guerra, direitos humanos e tudo isso. Estas coisas influenciam na música do Quicksand e na mensagem que a banda quer passar? Como você acha que o hardcore, e a música no geral, se conectam com estes problemas?

Sergio: Este momento é definitivamente crucial globalmente e para nós nos EUA, com a nossa atual administração sendo como é. Isso tem impacto direto em nós e em quem amamos. As pessoas lidam com suas visões da forma que funciona para elas. Seja em canções, ao ser ativamente político fora dos palcos, ao usar as redes sociais ou um combinação disso tudo. Tudo isso ajuda.

TMDQA!: Todos os outros projetos e bandas dos membros do Quicksand estão acontecendo junto com esta reunião, especialmente com você em turnê com o Deftones — que não está vindo ao Brasil, por falar nisso! O quanto isso impacta na agenda e na dinâmica da banda?

Sergio: Gerenciamento de tempo e comunicação entre as bandas! O fato de que todos nos amamos também ajuda muito. Há bastante tempo para encaixar tudo, você só precisa estar disposto para trabalhar muito e estar presente em tudo que faz. [Vale notar que o Sergio ignorou nosso comentário sobre o Deftones não vir ao Brasil.]

TMDQA!: Essa pergunta é provavelmente clichê, mas… o rock ‘n roll está realmente morrendo? Ou o mainstream apenas não está dando tanta atenção às bandas novas e antigas que ainda estão fazendo música?

Sergio: Acho que é a segunda opção. Há tantas bandas com guitarras que estão fazendo grandes shows para públicos muito animados. Há algo na música ao vivo que sempre vai ser atraente.

TMDQA!: Para encerrar: o nome do nosso site é Tenho Mais Discos Que Amigos. E a minha pergunta é… você tem mais discos que amigos?

Sergio: Eu tenho mais de 3 mil discos! [risos] Então, provavelmente não! [essa foi a resposta de Sergio, apesar de acharmos que ele pode ter se confundido]

 

Quicksand no Brasil

Você pode encontrar ingressos para o show de São Paulo por aqui, e o show do Rio de Janeiro por aqui.

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