Quicksand entrega apresentação esforçada para público morno em São Paulo

Enfim, o Quicksand veio ao Brasil.

A histórica banda de post-hardcore passou por aqui pela primeira vez no último sábado (02) divulgando o novo disco Interiors (2017) — o primeiro lançado pela banda em 22 anos. O que se viu no Fabrique Club, porém, não foi a empolgação de um fã que estava esperando pelo grupo há quase três décadas.

Com a casa cheia, mas não exatamente lotada, quem abriu os trabalhos foi a banda paulistana Eu Serei a Hiena. O cultuado projeto de rock instrumental voltou aos palcos neste ano após um longo hiato, e desempenhou um setlist coeso e competente para o público que ainda se formava. A falta de vocais causou uma certa confusão em quem não conhecia o grupo, mas mesmo assim, os membros saíram do palco muito aplaudidos.

O Quicksand apareceu com alguns minutos de atraso, tempo suficiente para a plateia encher consideravelmente e os fãs mais dedicados se debruçarem na ponta do palco. Sob aplausos e alguns gritos, a banda liderada por Walter Schreifels deu início a um set que serviria perfeitamente como trilha para stage dives e mosh pits, mas isso não aconteceu. Talvez a galera estivesse mais focada em apreciar o show, ou apenas não sentiu vontade de responder às investidas animadas e esforçadas do frontman e do baixista Sergio Vega — que tocou tanto com o Quicksand quanto com o Deftones no dia anterior, na Argentina. Durante toda a apresentação, aliás, Schreifels interagiu animado com seus colegas de banda e com o público, mandando algumas frases em um português bem ensaiado.