Acredite: a nova onda retrô nas gravadoras é o disquete

Em matéria da Rolling Stone, donos de gravadoras que apostam no disquete falam sobre as suas experiências com o formato "vintage".

Disquetes lançados pela Strudelsoft
Foto: Bandcamp da Strudelsoft

Nos últimos anos todo mundo viu de perto o retorno dos discos de vinil à indústria fonográfica, e nem podemos mais chamar o movimento de uma “volta”, já que o formato é uma realidade e vende cada vez mais cópias a cada ano que passa.

Outro formato que voltou há algum tempo e até ganhou um dia dedicado só a ele é o das fitas K7, inclusive com nova fábrica aqui no Brasil, mesmo que o ressurgimento seja ínfimo comparado ao dos LPs.

Como nostalgia pouca é bobagem, há selos apostando agora nos famigerados disquetes, aqueles pedaços de plástico que eram utilizados nos primórdios da computação pessoal para a instalação de programas de computador, games, discadores de Internet e, muitas vezes, transmissão de vírus.

Muito provavelmente boa parte de vocês, leitores, nem chegou a encostar em um disquete, mas acredite: o formato era um pé no saco, armazenava pouquíssimos dados e ainda fazia um barulhão sempre que era lido e/ou escrito.

Acontece que existe um subgênero da música eletrônica chamado vaporwave que aposta justamente em toda essa nostalgia e mistura memes de Internet com muitos elementos dos anos 80, jazz, R&B, dance e as mais diversas experimentações.

Sterling Campbell é o nome do fundador da Strudelsoft, gravadora especializada em vaporwave que está lançando seus álbuns justamente em disquetes, e deu uma entrevista para a Rolling Stone:

Eu pensei, ‘Eu preciso começar algo para mim aqui. Qual é a coisa mais ridícula que eu posso fazer agora?’

Disquetes são mais baratos que fitas K7, eles não precisam ser duplicados de forma tediosa, têm uma aparência atraente, estão disponíveis em diversas cores e têm designs legais que as pessoas gostam.

A primeira “prensagem” feita por Campbell foi de um artista chamado Cat System Corp, e os 20 disquetes “venderam em tipo 8 segundos”.

Como a compra no eBay se mostrou muito cara, ele colocou um anúncio no site canadense Kajiji e se ofereceu para ir até a casa das pessoas onde recolheu as mídias e já juntou “400 ou 500” delas no seu porão.

O dono do selo disse que nos disquetes ainda encontra muita coisa gravada, como fotos de família e vírus com nomes de arquivo sexuais, e revelou que consegue gravar até 11 minutos e 38 segundos de áudio no formato MP3 em 8-bit em um disquete.

Na matéria, que pode ser lida por aqui, a Rolling Stone ainda traz a experiência de outro dono de selo da Romênia que também aposta no disquete e relembra uma terceira experiência com o BadBadNotGood.

O influente grupo canadense gravou a faixa “Up” em MP3 de 40kbps em 100 disquetes antes do lançamento do disco IV, em 2016, e Jamie Strong, co-fundador da gravadora responsável pelo lançamento, disse:

Nós escondemos os disquetes misteriosamente em diferentes partes do mundo, fosse em um café, boutique, loja de discos, e aí tiramos fotos do disquete, marcamos a sua localização e alguns fãs sortudos tiveram uma bela surpresa. Agora cada um é vendido por 40-50 dólares online. Talvez a gente deveria fazer mais uma rodada?

E aí, vai comprar um leitor de disquetes para instalar no seu PC e participar da nova onda?