Mahmundi é uma artista completa.
Depois de surpreender com seus dois primeiros EPs e o disco de estreia, homônimo, em 2016, agora a cantora surge com Para Dias Ruins. O álbum é uma abordagem positiva para, literalmente, dias ruins, usando o amor para promover o autoconhecimento.
Agora como artista contratada da Universal Music, Mahmundi teve a liberdade de produzir seu próprio disco ao lado de Lux Ferreira e segurar o volante de sua própria carreira e sonoridade.
A cantora lançou o trabalho na última quinta-feira (09) na Rádio Ibiza, em São Paulo, com um pocket show intimista, com a casa cheia de amigos e com clima de happy hour. Conversamos com a carioca pouco antes, que nos falou um pouco sobre sua jornada até Para Dias Ruins.
Um disco não se faz só por se fazer. Eu sou uma pessoa muito passional, que misturo minha vida com o disco, acho que faz diferença. Nessa caminhada de 2016 para 2018 aconteceram coisas na minha vida pessoal, coisas na minha vida política, coisas no meu relacionamento e na minha sonoridade. Entrei para uma gravadora grande, uma das maiores do mundo hoje, e fui entendendo como é se comunicar com mais gente, perdi um pouco o medo e fui me empoderando de outra forma. […] Eu quis retornar para a música, e esse disco ‘Para Dias Ruins’ me deu mais possibilidade de fazer música. Ele tem momentos em que eu tô cantando mais, ele tem momentos em que tem instrumentais maiores, ele é um disco mais rico nessas possibilidades.
Ao discutir as letras do disco, que tratam muito de amor e positividade, Mahmundi admitiu que não quer ter o peso da militância a todo momento em seu trabalho. Com bastante sinceridade, a cantora abriu o jogo sobre a importância do amor e do autoconhecimento antes de “partir para a batalha”.
Foi chegar aos 32 e tentar não ser tão reativa e entender a possibilidade das coisas que me fez ser melhor. […] Guerra e luta chega uma hora que cansa. Mesmo que as batalhas tenham que ter voz. Mas eu comecei a entender que se eu não tivesse um tempo pra mim, não dá pra ter essa batalha sem um autoconhecimento, porque você acaba ferindo outras pessoas de outra forma. […] Eu resolvi falar sobre amor, porque o amor foi a única coisa que me manteve saudável nesse rolê. […] Eu já fui cobrada por ter uma equipe só de homens, pelo meu iluminador não ser mulher… Cara, se eu sou uma mulher de 32 anos comandando 11 homens… isso não é alguma coisa?
Já sobre sua relação com a tecnologia, a indústria da música atual e novos artistas:
Ninguém sabe mais o que vai ser. Tem esses casos muito doidos, tem pessoas que falam que o Drake é igual o Michael Jackson e aí você pensa, ‘cara, o que tá acontecendo?’. Mas está acontecendo. Essas pessoas estão mudando a forma de ouvir música.
O show de estreia de Para Dias Ruins acontece no dia 21 de Setembro, no SESC Pompeia.
Ouça abaixo!