Conversamos com a General BoniMores, que toca com Tom Morello em Porto Alegre

Banda gaúcha General BoniMores tem um caldeirão de influências na sonoridade e na estética, desde a MPB até o Rock Alternativo passando pelos clássicos.

General BoniMores

Hoje (15) mais tarde, Porto Alegre irá receber um show histórico.

Trata-se de uma apresentação gratuita de Tom Morello no Anfiteatro Pôr do Sol, a partir das 18 horas, que também acontecerá em São Paulo amanhã (16) no Ibirapuera, e terá John 5, Isa Nielsen e a brasileira Camarones Orquestra Guitarrística.

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Em Porto Alegre, quem faz o show de abertura é a banda General BoniMores, que mistura folk, rock, lendas da música brasileira e uma apresentação cheia de energia e está na estrada desde 2010.

O grupo já rodou por festivais do Brasil, tocou ao lado de Gilberto Gil e John Mayer e ganhou prêmios em eventos como Samsung E-Festival e DMX – Digital Music Experience, por conta das suas músicas.

A banda, agora parte da gravadora MZA Music (Zeca Baleiro, Sepultura), conversou com a gente antes do show e você pode dar uma sacada no bate papo logo abaixo.

TMDQA!: Conte-nos um pouco sobre a origem da banda! Para alguém que nunca ouviu o som de vocês, como o descreveriam?

General BoniMores: A banda começou de fato em 2010 na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Chico Frandoloso (voz, violão e guitarras), Zeh Dala Lana (bateria) e Dig Dembinski são amigos desde a adolescência, até tocaram juntos em outros projetos anteriormente. Jei Silvano (guitarras e vocais de apoio) e Chico se conheceram posteriormente através de um amigo em comum, mas logo estabeleceram uma amizade que uniu a todos no projeto General BoniMores. A banda já teve outras formações, mas hoje se consolida no quarteto Chico, Dig, Zeh e Jei.

Nosso som tem influências de vertentes distintas. O bom, velho e clássico rock and roll está presente sempre, junto com influências da MPB e algumas coisas de diversas regiões, mas sempre dentro do conceito do Rock e do Pop.
Sem dúvida somos uma banda de Rock Brasileiro, mas realmente definir Rock é muito subjetivo. Geralmente recebemos feedbacks que temos uma linha melódica estilo Skank, talvez por carregarmos muito uma sonoridade pop, mas sem dúvida o indie rock e rock sempre estão presentes. No início, tentaram nos identificar como uma banda de Indie Rock, do Rock Gaúcho, de Rock com MPB, mas com o tempo e proporção no cenário independente do Brasil, acabamos colocando em prática no som vertentes e alcances nacionais.

TMDQA!: Há um caldeirão de influências tanto na sonoridade quanto na estética que formam a General BoniMores. Como vocês dividem todas as entradas criativas de cada um na banda para chegar aos resultados finais? Em quem vocês se inspiram tanto aqui quanto lá fora?

General BoniMores: Sim. Um caldeirão define bem nossa sonoridade e estética (risos).
Equalizamos muito tranquilamente essa mistura toda. É normal, saudável e importante a nosso ver essa diversidade. Em grupo costumamos dizer que nossa logística é como o voo sincronizado dos pássaros, sabe como é?! Cada vez um assume algo, puxa, cobra, cobre, dá suporte, aponta caminhos…, mas geralmente no resultado, misteriosamente, conseguimos ter unidade no meio dessa diversidade toda.

Cada composição tem uma característica, uma sonoridade mais associada ao compositor da canção em questão, logicamente. Mas, na medida em que isso é compartilhado em estúdio com o grupo, aí muda e sempre muda pra melhor.

De comum acordo, os Beatles são uma grande inspiração da banda. Por exemplo, o Chico cresceu ouvindo com seu pai muita MPB, Chico Buarque, Nara Leão, com seu tio, Rolling Stones, George Harrison, Pink Floyd. O Jei tem uma base sólida em Beatles, também em Bob Dylan, Neil Young, contudo, grande influência da música brasileira (Gil, Caetano, Luiz Gonzaga), da música latina, nos últimos anos do rock argentino (Charly, Spinetta, León Gieco).

O Zeh tem referências fortes de diversos estilos músicas, mas o reggae (Bob Marley, Ponto de Equilíbrio) é uma referência forte. O Nathan, baterista do Kings of Leon é um bom exemplo de referência do nosso baterista.

O Dig gosta do groove dos baixistas da Motown dos anos 70.

TMDQA!: Vocês têm participado e vencido diversos concursos com músicas autorais. Como vocês enxergam eventos assim e como se preparam para eles? Qual é o diferencial da banda que joga a favor para mandar bem nesses momentos?

General BoniMores: Sim. Participamos desses eventos pois vemos aí uma grande oportunidade para mostrar o trabalho nacionalmente, sobretudo de quem caminha pelo cenário independente. Os festivais e concursos feitos pela internet (não é uma regra) podem incluir quem está geograficamente distante dos grandes centros, onde circula muita coisa importante para o trabalho com música.

No ano passado vencemos o DMX Brasil na categoria New Talent e isso nos rendeu um contrato com a MZA Music, produtora do Marco Mazzola, por exemplo.

Sobre a preparação: “…é preciso estar atento e forte…”, essa é a real. Buscando bons festivais que demonstram seriedade, que já estão estabelecidos ou se propõem a isso no mínimo.

A preparação passa pela música feita com verdade. Não há outra maneira. Mas sim, ser criterioso em todos os aspectos do material a ser enviado, a pró-atividade e constância nas redes sociais são aspectos positivos, quem sabe decisivos nesses processos.

TMDQA!: A banda foi escolhida para abrir o show do Tom Morello em Porto Alegre, e acho que tem muito a ver com a nova fase do cara, que está misturando rap e até música pop com suas guitarras afiadas. Como vocês receberam a notícia e como estão preparando esse show para um público que muito provavelmente será imenso?

General BoniMores: Ficamos muito felizes com o convite, sem dúvidas! Este é nosso segundo envolvimento em show internacional. Ano passado abrimos o show do John Mayer no Anfiteatro Beira-Rio em Porto Alegre e isso foi sensacional.

O convite vindo da Samsung para o Best of Blues 2018 foi especial. Já havíamos trabalhado com eles em 2014, quando ganhamos o Samsung E-Festival. Nesta ocasião, aconteceram coisas muito legais para nós, como tocar com Gilberto Gil em São Paulo. Uma noite especial no Teatro Bradesco no Rio com Maria Rita. No próprio Anfiteatro Pôr-do-sol onde será o Festival, nós tocamos com Hamilton de Hollanda, Baile do Almeidinha e a Paula Lima. Foram noites incríveis.

É sempre uma emoção tremenda tocar para grandes públicos, pois, existe uma atmosfera particular. Essas oportunidades nos animam, nos motivam. Trabalhamos sério, de coração e alma, de forma ininterrupta para ver nossas canções se conectando com cada vez mais pessoas. Essas oportunidades são como realizações.

Para o Best of Blues 2018, preparamos algo realmente especial com versões inusitadas de algumas de nossas canções, apresentando-as no formato instrumental.

 

TMDQA!: Que discos são seus verdadeiros amigos na hora de compor suas canções?

General BoniMores: Como já falamos, nossas referências são abrangentes. Mas é inegável que temos nossa “discoteca” básica de referência de sonoridade, timbres, e tudo mais..

Nessa lista temos Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band (The Beatles), Ram (Paul McCartney), Alucinação (Belchior), Dois (Legião Urbana), Bloco do Eu Sozinho (Los Hermanos), Cosmotron (Skank) e Mechanical Bull (Kings Of Leon).

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