Em entrevista, Dave Grohl faz questão de afastar o Foo Fighters da política

Em entrevista para a PBS, Dave Grohl diz que Foo Fighters "não é o Rage Against The Machine" e que objetivo é "divertir as pessoas por três horas".

Foo Fighters em Curitiba
Foto por Aline Krupkoski

Estamos vivendo em tempos polarizados no mundo todo, onde as pessoas se criticam tanto em comentários e textões na Internet quanto nas ruas, chegando a atitudes das mais extremas e imbecis como as que temos visto nos noticiários aqui no Brasil e lá fora.

Quando o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se elegeu, muito falou-se a respeito de como bandas de protesto principalmente voltadas ao Rock And Roll surgiriam nos Estados Unidos, já que o político milionário é conhecido por incitar brigas e divisões através das suas declarações e dos seus tweets, mas além de ainda não termos visto nenhum movimento contundente de massa sair dessa situação, há bandas com visibilidade e já consagradas que querem se afastar da política, como é o caso do Foo Fighters.

Em entrevista recente para a PBS, o vocalista e guitarrista da banda, Dave Grohl, disse que a sua ideia com a banda é divertir e unir as pessoas, mesmo as que têm pontos de vista completamente diferentes:

Sabe, o mais legal do meu emprego é quando eu subo no palco e consigo unir todas essas pessoas diferentes por três horas. Elas podem ter vindo de passados diferentes, podem ter religiões diferentes, estar em lados diferentes do corredor, seja lá o que for, mas quando eu subo no palco e canto uma canção como ‘My Hero’, ‘Everlong’ ou ‘Best Of You’, todo mundo canta junto. Eles podem estar cantando por diferentes razões, mas estão cantando juntos.

É isso que eu amo no meu emprego. Eu posso ter as minhas opiniões políticas, volta e meia quando eu fico com raiva eu deixo elas saírem. Elas estão nas letras das canções, mas não é comum que eu explique as letras para todo mundo. ‘Essa aqui fala disso, essa frase é sobre isso.’ Porque eu sinto que deixar a interpretação para as pessoas é importante.

Tendo dito isso, não somos o Rage Against The Machine. Pelas próximas três horas a minha intenção é fazer com que todo mundo se esqueça dessas coisas e cante com a gente. A música pode fazer isso. É difícil reunir as pessoas dessa forma, mas coloque uma banda de rock em um palco onde todo mundo conhece as canções, e todo mundo se esquece dessas outras merdas.

E você, concorda com a atitude “isentona” de Dave Grohl ou gostaria de vê-lo se posicionando politicamente?

Rage Against The Machine

Enquanto isso, o guitarrista Tom Morello, que está pelo Brasil, tem feito questão de deixar as suas opiniões bem claras, tanto que em Porto Alegre exibiu uma mensagem relacionada ao caso da vereadora Marielle Franco em sua guitarra.